O setor produtivo rural, representado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), acompanha a decisão de toda a equipe gestora do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA) de Mato Grosso e defende a retirada da vacina contra a febre aftosa a partir de 2023. Esta posição foi manifestada na sexta-feira (15/10) durante reunião virtual com representantes do PNEFA e membros dos blocos.
Além do setor produtivo rural, a decisão tem o apoio do Governo do Estado de Mato Grosso, Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT), técnicos, agentes de sanidade animal e demais membros da Equipe Gestora do Plano Estratégico Estadual do Programa Estadual de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa 2017-2026.
Conforme ressaltou o produtor rural e 1º suplente de diretoria da Famato, Antônio Carlos Carvalho de Sousa, Mato Grosso está trabalhando firmemente para o cumprimento de todas as ações e metas recomendadas pelo Mapa no âmbito do PNEFA com o objetivo de retirar a vacinação, principalmente porque está há 25 anos sem registro de focos.
Para Antônio Carlos, o maior entrave, contudo, é que alguns estados que integram o Bloco IV não conseguiram avançar no cumprimento das medidas, e isso dificulta o avanço isolado de uma unidade federativa do mesmo bloco.
Durante a reunião foi cogitada a possibilidade de Mato Grosso antecipar a medida e apresentar ao Mapa um pedido isolado de “bloco independente”, tendo em vista que o estado está cumprindo as ações previstas no PNEFA e está preparado para gerir riscos sanitários.
“Mato Grosso está pronto. Queremos saber o prazo para apresentar o nosso pleito para fazer a última vacinação em novembro de 2022. Temos 15% do rebanho nacional e nossos produtores têm feito o dever de casa, mas sabemos que alguns estados do bloco não têm a mesma prioridade. Portanto, estamos decididos, governo do estado e iniciativa privada, a fazer a última vacina em novembro de 2022. Embora atravessamos um período de pandemia, lá na propriedade rural o produtor não parou, continuamos trabalhando diuturnamente”, argumentou Antônio Carlos.
De acordo com a presidente do Indea-MT, Emanuele Gonçalina de Almeida, o estado está investindo em instalação de barreiras sanitárias nas divisas entre estados, barreiras volantes nas fronteiras, veículos, ampliando a vigilância sanitária, na contratação de mais servidores, médicos veterinários e está mantendo o controle rígido do trânsito de animais no estado e de áreas livres com vacinação para áreas livres sem vacinação, conforme prevê o programa.
“Estamos realizando a nossa parte, no afinco do cumprimento de metas, e o que não podemos é simplesmente ficar na dependência de um ou outro estado que não esteja dando prioridade. Até quando nossos produtores ficarão à mercê de outros estados que não tenham o mesmo comprometimento? Em Mato Grosso, temos o apoio da classe produtora, do governo do estado, e estamos reestruturando de forma efetiva o Indea. Estamos presentes em todos os municípios e munidos de recursos. Recentemente tivemos um aporte de R$ 20 milhões para aquisição de caminhonetes, que já está em processo licitatório”, ressaltou Emanuele.
A presidente reforçou ainda que Mato Grosso está certo de que vai fazer a última vacinação em novembro de 2022. “Qual o passo temos que tomar e qual a data para que nós possamos retirar, se não em conjunto, pleitear esse pedido de forma isolada?”, questionou a presidente do Indea-MT, Emanuele Almeida.