No parto, o coto umbilical precisa cicatrizar de forma correta para evitar problemas futuros aos animais e prejuízos ao pecuarista
CTP Poliana Correia de Souza
Em épocas de estação de nascimentos, um tema importante que o pecuarista deve se atentar é a cura do umbigo nos bezerros recém-nascidos. Caso não seja feito o manejo correto, o animal pode ter diarreia, pneumonia, cistites e poliartrites – inflamações nas articulações dos bezerros –, causando prejuízos à propriedade e ao bem-estar do animal.
A explicação é do médico-veterinário e coordenador de Serviços Técnicos da Biogénesis Bagó, João Paulo Lollato, que esclarece o que deve ser feito nesta etapa de nascimento para evitar possíveis infecções e doenças nos animais.
O veterinário explica que o umbigo tem a função de fazer a ligação entre a mãe e o feto durante a gestação e é por onde ocorrem as trocas gasosas, de nutrientes, além da eliminação dos dejetos do feto. “No parto, essa ligação se rompe, restando o coto umbilical. Esse coto precisa cicatrizar corretamente para evitar problemas futuros como doenças e infecções”, alerta Lollato.
Passo a passo para o manejo correto da cura do umbigo
Para que essas situações sejam prevenidas, a cura do umbigo deve ser feita de maneira correta.
O especialista explica que o primeiro passo é utilizar um produto para secar esse coto umbilical. “No campo, utilizamos o iodo 10%, que tem uma eficácia excelente. Mas é importante reforçar que não basta só jogar o iodo: deve-se utilizar copos não retornáveis para mergulhar o coto na solução por cerca de 30 segundos. Ou seja, é recomendável utilizar um produto que realmente faça a queima do coto para secar essa estrutura e, a partir daí, o umbigo cairá com o tempo”.
O especialista frisa que é fundamental descartar o iodo utilizado por animal para que não haja reutilização, evitando assim a contaminação de um bezerro para outro.
Em um segundo momento, é recomendável realizar algumas medidas preventivas para reprimir problemas com os parasitas, especialmente as moscas, que depositam ovos que se transformam em larvas e bicheiras. “Neste processo, pode-se usar a doramectina injetável, que cumpre o papel de fazer essa prevenção interna, além do uso de repelente para espantar os parasitas”, explica.
Por último, Lollato relata a importância de usar a metafilaxia com antibióticos para evitar infecções posteriores a uma má cura do umbigo. O veterinário recomenda administrar em conjunto com antibiótico bacteriostático.
“Existem bactérias no organismo que são benéficas, responsáveis por formar, por exemplo, a flora intestinal do bezerro. É importante não eliminá-las. Quando se usa antibiótico bactericida, as bactérias boas são eliminadas. Isso não ocorre quando é administrado o antibiótico bacteriostático”, finaliza Lollato.
Poliana Correia de Souza