Segundo o levantamento do Cepea, a atual relação de troca da arroba de boi gordo por bezerro é a mais desfavorável da série histórica. O pecuarista terminador do estado de São Paulo precisa de 9,89 arrobas de boi gordo para comprar um animal de reposição em Mato Grosso do Sul, 5,72% a mais que em março e 5,74% acima do verificado em abril do ano passado.
De acordo com o pesquisador do Cepea, Thiago Bernardino de Carvalho, a média de relação de troca era 7,65 arrobas de boi gordo para comprar um animal jovem. “Com a venda de um boi gordo o terminador consegue comprar 1,72 bezerros, essa também é a pior média desde fevereiro de 2000, sendo que a média histórica é de 2,25”, informou.
O abate de fêmeas levou os preços do boi e do bezerro ficarem elevados, porém o animal mais jovem registrou uma alta com mais intensidade. Com isso, os terminadores mostram cautela na compra de novos lotes de bezerro, mesmo diante dos elevados preços da arroba do boi gordo. “Analisando os preços de janeiro a abril deste ano, os preços do boi gordo tiveram um incremento de 4,6%, enquanto o bezerro teve um alta de 14,8% e isso vai prejudicar a relação de troca”, apontou.
Para reduzir as diferenças na relação de troca, os pecuaristas estão entregando animais mais pesados para o abate. “O produtor pode até vender um animal de 16 @, mas vai ser um animal mais jovem e vai receber premiação. O bezerro ganhou peso e o boi gordo também precisa e entregar um gado pesando 20 @”, reportou.
O pesquisador salienta que o pecuarista precisa fazer contas e investir em tecnologia para garantir boas margens de lucro. “É preciso ter gestão de custo e financeiro e fazer matemática para ter uma boa rentabilidade ao negociar. Além disso, o pecuarista precisa identificar o que o mercado esta demanda de animal e conseguir boas premiações”, conclui.