A análise dos preços obtidos pelo frango, suíno e boi vivos no primeiro semestre de 2021 (dados preliminares para junho corrente) aponta que – comparados aos valores médios registrados em 2020 – até aqui, o melhor desempenho vem sendo o do frango, pois encerra o período com uma valorização próxima de 50%, enquanto a do boi não chega a 40% e a do suíno mal passa dos 10% (gráfico abaixo, à esquerda).
À primeira vista, este “melhor desempenho” seria uma compensação pelas perdas enfrentadas em 2020, sobretudo nos meses que se seguiram ao reconhecimento de que a Covid-19 era, na verdade, uma pandemia. Pois no ano que passou, enquanto boi em pé e suíno vivo obtiveram valorização anual da ordem de 21% e 8%, respectivamente, o frango vivo viu seu preço médio recuar perto de 5% em relação à média de 2019.
Porém, todo este arrazoado cai por terra quando os preços do corrente exercício são contrapostos às médias registradas em 2019, ou seja, antes do surgimento da pandemia. Neste caso, a valorização do frango vivo em dois anos cai para 68%, muito abaixo dos 92% obtidos pelo boi em pé. Pior, porém, continua sendo a situação do suíno, com valorização de apenas 50% sobre o preço médio de 2019.
Mesmo sendo bastante inferiores aos dos bovinos, os resultados registrados por frango e suíno ainda são insuficientes para expor a situação crítica enfrentada por seus produtores em decorrência das exorbitâncias de preço das matérias-primas. Porque, em relação à média registrada em 2019, o custo de produção dos dois setores vem sendo pelo menos 90% superior.
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