O presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, destacou na abertura do evento que “a Conab pretende dar previsibilidade para a safra brasileira e, com isso, também promover a segurança alimentar, no cumprimento da sua missão institucional”. O evento Perspectivas para Agropecuária é realizado anualmente pela Conab e traz a primeira estimativa oficial sobre a área plantada, trazendo dados sobre questões como produção, preços, exportação e consumo para o ano seguinte, neste caso, a safra de 2021/22.
Para o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sérgio De Zen, “a pandemia, as geadas, a escassez hídrica e um desarranjo econômico mundial dificultam estabelecer perspectivas para a próxima safra”. De Zen explicou que o melhor caminho para apresentar um levantamento de qualidade é o amplo estudo técnico realizado pelos especialistas da Conab.
Os painéis do evento foram organizados por produtos e tiveram a participação de especialistas da Conab e de entidades parceiras como Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-Esalq/USP), Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Bolsinha Informativos e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Produtos em debate – No caso do algodão, o destaque do debate foi o impacto da pandemia de Covid-19 na queda de demanda da indústria têxtil em 2020, bem como a recuperação do mercado observada nos últimos meses. Para a próxima safra, produtores devem ficar de olho na necessidade de suprimento da indústria, que tem sentido a pressão de custos em função da elevação dos preços da pluma.
Para milho e soja, os especialistas esperam aumento na área plantada em 2021/22 em razão dos preços favoráveis praticados nos últimos meses, que têm oferecido boa margem ao produtor. Especialmente para a soja, espera-se incremento na produção tanto em áreas novas, avançando sobre pastagens, quanto em áreas tradicionalmente cultivadas por outras culturas.
No caso do arroz e do feijão, a demanda foi favorecida no último ciclo em razão do aumento da demanda de produtos da cesta básica, uma vez que o consumidor passou a fazer mais refeições em casa durante a pandemia. No caso do arroz, a rotação de culturas com a soja no Rio Grande do Sul, principal produtor brasileiro, tem oferecido boas condições de fertilidade para o solo. Para o feijão, há tendência de redução de área na primeira safra e aumento da segunda, principalmente por razões climáticas.
A Conab irá divulgar os dados do 1° Levantamento da Safra 2021/2022 de Grãos no dia 7 de outubro, ocasião na qual já serão captadas as primeiras informações vindo de campo para a safra vindoura.
Sobre as Perspectivas – Nas Perspectivas para a Agropecuária, que chegou ao seu oitavo ano, o leitor pode conferir estimativas detalhadas sobre área, produtividade, produção, consumo, exportações, importações, estoques, custos, preços e rentabilidade na Safra 2021/22, além de um quadro de oferta e demanda, com as variáveis referentes às safras anteriores. O estudo também aborda questões como perspectivas econômicas, tendo como ponto de partida o cenário mundial, com o objetivo de contribuir para a previsibilidade do setor, redução das assimetrias de informações e aumento da transparência das operações.
Leia a publicação Perspectivas para a Agropecuária na íntegra:
https://www.conab.gov.br/institucional/publicacoes/perspectivas-para-a-agropecuaria