Mudança de cenário nas exportações para a China deve conter novas altas nos preços da arroba, mesmo com melhora da economia e redução da oferta por falta de estímulo.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, destacou que é preciso ficar atento aos preços da suinocultura na China que podem limitar os embarques de carne bovina brasileira no segundo semestre. “Nós estamos acompanhando as cotações do leitão recuaram na potência asiática há pelo menos dois meses. Além disso, a China conta com uma negociação futura para o suíno vivo que está apresentando desvalorizações”, afirmou.
Apesar do consumidor chinês ter aumentado o consumo de carne bovina, a proteína de preferência segue sendo a carne suína. “A preferência pela carne suína vai prevalecer no mercado chinês e está mais barata que as demais proteínas. A Safras & Mercados apontou que o valor da carne bovina na China também está recuando, mas ainda segue em um patamar elevado ao redor de US$ 14,00 por quilo, enquanto a suína está próximo de US$ 4,47 por quilo ”, apontou.
O analista ressalta que o mercado pecuário está em alerta com os preços da carne suína na China e saber se isso vai trazer impactos para o setor no segundo semestre. “É preciso acompanhar, pois a China foi fundamental para o setor de carnes no Brasil nos últimos três anos. No entanto, a potência asiática elevou as compras de proteína dos Estados Unidos e isso chama bastante a atenção dos frigoríficos brasileiros”, comentou.
No mercado físico, as negociações giram ao redor de R$ 320,00/@ para o animal padrão China no estado de São Paulo. Já os animais que atendem ao mercado doméstico estão cotados em torno de R$ 315,00/@. “Se tiver uma redução dos embarques nos próximos meses, os frigoríficos vão perder o poder de barganha e não vai poder ofertar preços melhores para a arroba do boi gordo”, informou.