A arroba do boi em alta e a demanda por proteína animal para exportação devem ser os alicerces para o crescimento da Elanco no Brasil em 2021. A multinacional de saúde e nutrição animal ampliou sua receita em 10% em 2020 no país e projeta um incremento de 4% a 5% neste ano. Considerando que o Brasil responde por 3% da receita global da companhia americana, que foi de US$ 3,27 bilhões em 2020, o faturamento no país foi de US$ 98 milhões.
“Apesar da pandemia, crescemos principalmente na pecuária e animais de companhia”, disse o vice-presidente da Elanco, Carlos Kuada, em entrevista ao Valor. Nos segmentos de aves e suínos, mais ligados ao mercado interno, a receita se manteve estável. A companhia americana amargou um prejuízo global de US$ 560,1 milhões no ano passado, atribuído por Kuada ao investimento na aquisição da área de saúde animal da alemã Bayer. Os negócios no Brasil, no entanto, encerraram 2020 no azul, com lucro 35% maior. O país é o terceiro maior mercado da Elanco, atrás de Estados Unidos e China. “O cenário de custos de ração elevados e arroba em alta é muito favorável porque leva o produtor a buscar mais eficiência”, diz.
Após o crescimento de 9,9% nas exportações de carne bovina em 2020, para 1,7 milhão de toneladas, o Brasil registrou em janeiro queda de 8,2% nos embarques, que somaram 107 mil toneladas. Ainda assim, Kuada espera um 2021 melhor que o ano que passou. “O preço da carne bovina e a demanda externa vão continuar em alta, alavancados pela China”, projetou o executivo.
A compra da área de saúde animal da Bayer, que consolidou a Elanco como a terceira maior do segmento no Brasil, abre caminho para ela dobrar seus negócios nas áreas de bovinos e animais de companhia. “Já conseguimos ver os resultados da aquisição no ano passado, já que dobramos a força de vendas e o faturamento da área de bovinos”, afirmou. “Este ano será para consolidar essa aquisição”.