Medida pode gerar fôlego aos produtores durante a interrupção do produto brasileiro
A China, um dos principais compradores da carne bovina do Brasil, que suspendeu a compra do produto brasileiro, tem colocado em xeque a sobrevivência de muitas empresas e produtores do setor. Com a queda nas exportações, a preocupação tem sido uma: como driblar o mal momento?
De acordo com o coordenador de especialidades da Quimtia Brasil, Jefferson Bittencourt, empresa especializada no mercado de nutrição animal, para garantir a operacionalidade da produção da carne bovina, algumas medidas podem ser importantes na hora de enfrentar o difícil momento que o setor vem passando. Para ele, o primeiro passo é repensar o custo final da produção animal.
Segundo ele, cerca de 70% do investimento de todo processo de produção está relacionado aos preços da alimentação dos animais. Por isso, a gestão desses gastos pode ser fundamental para a sobrevivência dos produtores e indústrias.
“Uma alternativa é fazer o uso de produtos feitos a partir de enzimas, que atuam como ferramentas da nutrição, auxiliando para a redução de custos na produção de proteína animal, consequentemente, diminuindo o gasto da produção animal”, comenta.
Quando adicionadas na ração, essas enzimas atuam na estrutura dos grãos, removendo os fatores antinutricionais, gerando maior aproveitamento de nutrientes. Isso faz aumentar a digestibilidade dos grãos, permitindo um melhor aproveitamento do alimento com uma efetiva otimização na utilização de ingredientes como o milho e soja na dieta animal.
Cenário nacional
O embargo chinês começou em setembro, após o Brasil confirmar dois casos atípicos de vaca louca em Minas Gerais e Mato Grosso. Mesmo com a Organização Mundial da Saúde Animal ter alertado que as ocorrências no Brasil não representavam risco, a China manteve a suspensão do processo comercial entre os dois países para o produto.