Com uma escala mais confortável, não há tamanha necessidade em pagar tanto pela arroba do boi gordo, destaca analista da Safras
O mercado físico de boi gordo registrou preços em baixa na maioria das regiões de produção e comercialização. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os grandes frigoríficos pressionaram os pecuaristas, desdobramento do avanço das escalas de abate na virada do mês.
“Com uma escala mais confortável, com capacidade para atender todos os pedidos do varejo no período de maior demanda do ano, não há tamanha necessidade em pagar tanto pela arroba do boi gordo. Para que novos pontos de máxima sejam alcançados há necessidade de algum fato novo, a exemplo de um potencial recredenciamento da carne bovina brasileira por parte da China, que criaria um grande otimismo com potencial para alicerçar nova rodada de reajustes”, disse Iglesias.
Porém, não há indícios de quando a China voltará a comprar a carne bovina do Brasil. Aliás, é possível que a autorização para nova produção de carne bovina com destino ao mercado chinês ocorra apenas em 2022.
Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 322 na modalidade à prazo, ante R$ 322 na sexta-feira. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 316, contra R$ 319. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 305, contra R$ 307. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 330 por arroba, estáveis.
Atacado
O mercado atacadista registrou preços em queda para todos os principais cortes de carne bovina. “No entanto, ainda há potencial para alguma recuperação ao longo do mês de dezembro, período que conta com o ápice do consumo no decorrer do ano. Contudo, o consumidor médio ainda tem optado por proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango”, assinalou Iglesias.
O quarto traseiro foi precificado a R$ 22,75 por quilo, queda de R$ 0,30. O quarto dianteiro foi precificado a R$ 15,70 por quilo, queda de R$ 0,30. A ponta de agulha foi precificada a R$ 15,50 por quilo, queda de R$ 0,20.