Os preços dos cortes bovinos ao consumidor deverão ficar estáveis neste primeiro trimestre, enquanto os de frango continuarão em alta, diz a Associação Paulista de Supermercados (APAS). Os suínos, por sua vez, deverão ter mais queda.
A tendência para bovinos tem a ver com os custos de produção, que estão mais equilibrados devido à acomodação dos preços da soja e do milho, diz a Apas. “Essas commodities são usadas na produção da ração dos animais. A alimentação representa 70% das despesas de criação do gado”, diz.
Em 2021, o rebanho brasileiro totalizou 221 milhões de cabeças, um recorde histórico. Ainda assim, a cesta de carnes bovinas acumulou uma inflação de 13,85% no período, devido a fatores como a redução do abate dos animais diante da suspensão de importações de carne bovina pela China e de boicote a importações da proteína animal pelos países europeus.
Além de aumentos na tarifa de energia elétrica, a escalada de preço dos combustíveis e o crescimento no consumo devido às festas de final de ano.
“O último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que os estoques finais de soja e milho fechem 2022 em patamares mais confortáveis na relação oferta/demanda”, explica Diego Pereira, economista da APAS.
A projeção para a safra 21/22 de milho indica um crescimento de 52% dos estoques e de 10,5%, no caso da soja. Além disso, já foi anunciado para este ano a redução de 17% para 10% de biocombustível – produzido a partir da soja – misturado ao diesel. “Todos são indicativos robustos de estabilidade na cadeia formadora do preço da carne”, diz Pereira.
Frango sobe
A tendência do preço do frango é continuar em alta neste primeiro trimestre devido à elevação do custo de produção provocado por aumentos autorizados para a energia elétrica, na visão da Apas. Em 2021, o frango registrou inflação de 27,82%.
Apesar do crescimento da produção em 4,5% em relação a 2020, o Brasil é o maior exportador mundial da ave e o mercado interno segue sensível aos humores do mercado internacional, cuja demanda aumentou em 11,64% na comparação 2021/2020.
Suínos cai
O preço nos supermercados da cesta dos suínos teve queda de 4,38% em 2021. Entre os vários fatores que colaboraram para a redução foi a desoneração da folha de pagamento do setor produtor, a isenção do imposto de importação sobre o milho e o crescimento de 4,9% em relação a 2020 no número de animais ofertados.
Para o primeiro trimestre de 2022, a projeção de queda nos preços permanece. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), nos últimos 12 meses o valor negociado do suíno vivo recuou 20,84%.