O mundo islâmico representa hoje 25% da população mundial, o que corresponde a mais de 1,8 bilhão de pessoas. Segundo estimativas da BBC Monitor, os muçulmanos serão 10% da população da Europa em 2050 e o setor de alimentação Halal deve movimentar US$ 1,38 trilhão por ano até 2024.
São chamados “Halal” os produtos permitidos pela religião islâmica para o consumo dos muçulmanos. Halal é um padrão ético e moral de ações lícitas não só na alimentação, mas também no ambiente social, na conduta, na Justiça, nas vestimentas e nas finanças.
Pensando em como atender a crescente demanda por alimentos desse público, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras) abriram as inscrições da 3ª edição do curso online “O Mundo Islâmico”, que este ano terá como tema “Ética e os Negócios com o Consumidor do Mundo Islâmico”.
O evento debaterá as oportunidades e os desafios para o agronegócio do Brasil nos mercados com população de maioria islâmica, em uma programação que trará a experiência de profissionais do setor privado, governo e academia.
É indicado para profissionais do setor agropecuário, do segmento agroexportador, funcionários do serviço público das áreas de comércio exterior e diplomacia, imprensa, academia e demais interessados no assunto.
Em quatro módulos, o curso abordará assuntos como a população muçulmana e suas particularidades, os desafios e diversificações para a exportação para os países islâmicos, a importância da certificação Halal e da cultura ESG – práticas ambientais, sociais e de governança – para o consumidor muçulmano, a cadeia logística e o processo de exportação.
Dados da balança comercial apontam que a receita das exportações brasileiras de bens agropecuários para os 57 países-membros da Organização para Cooperação Islâmica saiu de US$ 2,2 bilhões em 1997 para US$ 18,25 bilhões em 2020. Atualmente, o Brasil é o maior exportador mundial de carnes de bovinos e aves com certificação Halal e atende a mais de 50% desse mercado.
Café e frutas tropicais também começam a ganhar mais espaços nas gôndolas com produtos Halal – principalmente nos supermercados dos países do Oriente Médio. Outros produtos como açúcar, milho, soja e óleo de soja também fazem parte da pauta exportadora brasileira para a região.
Em 2021, o Brasil foi o 2º maior exportador de produtos agropecuários para os países muçulmanos, atrás apenas da Índia.
ENCONTROS – Os quatro encontros (17 e 25 de agosto e 1º e 9 de setembro) acontecerão das 9h às 11h15. As palestras serão ao vivo por meio da plataforma virtual Zoom. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas aqui.
Ao final, os participantes que tiverem 75% de presença na plataforma virtual do curso receberão um certificado expedido pela Academia Halal do Brasil.
A iniciativa tem apoio da Fambras Halal, Academia Halal do Brasil, Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil, Instituto Brasil Logística e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Relações Empresariais Internacionais (Ibrei).