Em agosto, nas palavras da FAO, “o barômetro dos preços mundiais das commodities alimentares caiu pelo quinto mês consecutivo”, devido – cita o órgão da ONU – à queda de cotação da maioria dos itens de referência.
A realidade, porém, é que em relação ao mês anterior recuaram os preços dos cinco grupos de commodities acompanhados pela FAO: gorduras vegetais, queda de 3,26%; açúcar, de 2,13%; lácteos, de 2,03%; carnes, de 1,48% e cereais, de 1,39%. Daí o Índice Geral (FFPI, na sigla em inglês) ter recuado perto de 2% de julho para agosto, retrocedendo a nível pouco superior ao registrado em janeiro deste ano, ou seja, antes da deflagração da guerra no Leste europeu.
Já em relação a agosto de 2021 apenas gorduras vegetais e açúcar apresentam redução de preço neste ano. O açúcar, de 2,13%; as gorduras vegetais, de 3,26%. Na direção oposta, o maior aumento anual (23,53%) é dos laticínios. Os cereais registram aumento de 11,37% e as carnes, de 8,18%.
No tocante aos dois segmentos que mais interessam à produção animal – carnes e cereais – a FAO observa que o retrocesso de preço dos cereais deveu-se, quase exclusivamente, ao trigo. Assim, por exemplo, os preços mundiais do milho firmaram-se ligeiramente, subindo 1. 5%, influenciados em grande parte pela perspectiva de queda de produção na União Europeia e nos EUA. Teria subido mais em agosto não fosse a retomada das exportações por parte da Ucrânia.
Por sua vez, o recuo de preços das carnes (recorde histórico em julho passado, mas agora retrocedendo a valores pouco superiores aos de abril) foi determinado sobretudo pela carne de frango, devido à queda de demanda no mercado internacional, mas também – e pelo mesmo motivo – à carne bovina. Ou, seja, a carne suína foi exceção do mês.