O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 132,4 pontos em dezembro, queda de 2,6 pontos (1,9%) ante novembro, mas maior em 1,3 pontos (1%) em comparação com o mesmo mês de 2021. O resultado mensal, segundo a FAO, deu sequência a uma baixa de nove meses consecutivos. “A queda do índice em dezembro foi impulsionada por uma forte queda nos preços internacionais dos óleos vegetais, juntamente com algumas quedas nos preços de cereais e carnes, mas parcialmente compensada por altas moderadas nos preços de açúcar e lácteos”, justificou a FAO no relatório.
Em 2022, o Índice de Preços teve uma média de 143,7 pontos, alta de 18 pontos (14,3%) acima do ano anterior.
O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 147,3 pontos em dezembro, queda de 2,9 pontos (1,9%) ante novembro, mas 6,8 pontos (4,8%) acima de dezembro de 2021. De acordo com a organização, entre os principais cereais, os preços internacionais do trigo caíram com a melhora da oferta no Hemisfério Sul e exportação fortalecida. Os preços do milho também tiveram queda, assim como sorgo e cevada. Em 2022, os preços do milho e do trigo atingiram novos recordes, ficando 24,8% e 15,6%, respectivamente, acima de suas respectivas médias de 2021, em virtude de fatores como interrupções significativas no mercado, aumento das incertezas, custos mais altos de energia e insumos, clima adverso em alguns importantes fornecedores e demanda global contínua de alimentos.
O levantamento mensal da FAO também apontou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 144,4 pontos em dezembro, caindo 10,3 pontos (ou 6,7%) em relação a novembro e atingindo o nível mais baixo desde fevereiro de 2021. “A queda no índice em dezembro foi impulsionada por cotações internacionais mais baixas de palma, soja e colza e óleos de girassol.” Em 2022, o Índice de Preços do Óleo Vegetal atingiu a média de 187,8 pontos, aumento de 22,9 pontos (13,9%) em comparação com 2021, marcando um novo recorde anual.
Na sondagem mensal da FAO, o subíndice de preços das Carnes apresentou média de 113,8 pontos em dezembro, queda de 1,4 pontos (1,2%) em relação a novembro e 2,8 pontos (2,5%) acima do valor do ano anterior, sendo este seu sexto declínio mensal consecutivo. Conforme a FAO, a queda do índice em dezembro foi provocada pelos preços mundiais mais baixos das carnes bovina e de aves, mas parcialmente compensada pelos preços mais altos das carnes suína e ovina. Em 2022, o Índice teve média de 118,9 pontos, 11,2 pontos (10,4%) acima de 2021, marcando a maior média anual registrada desde 1990.
O subíndice de preços de Laticínios, por sua vez, registrou média de 139,1 pontos em dezembro, 1,5 pontos (1,1%) acima de novembro, registrando seu primeiro aumento após cinco quedas mensais consecutivas, e 10,1 pontos (7,9%) superior ao observado em igual mês de 2021. Em dezembro, as cotações do queijo subiram, enquanto as da manteiga caíram pelo sexto mês consecutivo e o leite em pó teve uma leve queda. Em 2022 como um todo, o Índice de Preços de Lácteos da FAO teve uma média de 142,5 pontos, um aumento de 23,3 pontos (19,6%) em relação a 2021 e registrando a maior média anual já registrada desde 1990.
A FAO calculou, ainda, que o subíndice de preços do Açúcar ficou, em média, em 117,2 pontos em dezembro, alta de 2,8 pontos (2,4%) em relação a novembro – registrando o segundo aumento mensal consecutivo e atingindo o nível mais alto dos últimos seis meses. “O aumento de dezembro nas cotações internacionais de açúcar esteve relacionado principalmente a preocupações com o impacto de condições climáticas adversas sobre o rendimento das safras na Índia, o segundo maior produtor mundial de açúcar, e atrasos na moagem de cana-de-açúcar na Tailândia e na Austrália”, apontou a entidade. Em 2022, o Índice teve média de 114,5 pontos, um aumento de 5,1 pontos (4,7%) em relação a 2021 e registrando média recorde desde 2012.