O setor de proteína animal apresentou, na última semana, ao governo gaúcho os principais desafios do setor. Durante café da manhã, o governador em exercício, Gabriel Souza, acompanhado dos secretários da Agricultura, do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Rural, do Desenvolvimento Econômico, da Casa Civil e do subsecretário da Receita Estadual, afirmou que “é desejo do governo atuar não só no acolhimento das pautas domésticas, mas também em assuntos exógenos ao estado, em especial na questão de abertura de novos mercados”.
O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do RS, Rogério Kerber, foi o primeiro a falar. Ele pontuou que o Rio Grande do Sul tem status sanitário invejável e que o setor deposita expectativas relacionadas a abertura de mercados, justamente pela conquista da certificação internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação, obtida em maio de 2021. Kerber também citou os principais gargalos do setor, como o abastecimento de milho, tema que foi abordado também por outras lideranças, como o presidente do Sindicado das Indústrias de Produtos Suínos do RS, José Roberto Goulart. Ele afirmou que o estado perde muitas divisas quando precisa importar milho de outras regiões ou países.
O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura, José Eduardo Santos pontuou a importância de avançar em questões tributárias para o setor e pela manutenção do diferimento que a atividade possui. O presidente da Associação dos Criadores de Suínos do RS,Valdecir Folador, destacou a importância dos suinocultores independentes e entregou um documento solicitando a isenção da alíquota de ICMS sobre as vendas interestaduais de suínos vivos, que só em 2022 representou mais de R$ 11 milhões. O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes do RS, Alvaro Provin, pontuou a necessidade de o estado contribuir na divulgação dos atributos da carne bovina gaúcha, para promover o aumento de consumo e a conquista de mercados. O setor de lácteos também apresentou as demandas através do Sindilat e da Apil. A Organização das Cooperativas do RS, também fez referência às dificuldades do setor leiteiro, e o presidente do Conselho de Agronegócios da Federação das Indústrias do RS entregou documento com análise da necessidade de irrigação para o milho no estado e proposta de soluções mais efetivas para a questão da irrigação.
Questões tributárias, de mercado e a necessidade de pensar em medidas preventivas para a estiagem, que atinge o estado pelo terceiro ano consecutivo foram os principais temas abordados. Gabriel Souza comprometeu-se em receber, junto aos secretários envolvidos, as demandas mais detalhadas de cada setor. Sobre a estiagem, garantiu que a questão da reservação de água trata-se de uma prioridade do governo. “Vamos ter que acelerar a política de reservação de água do RS, talvez até com alguma mudança legislativa”, afirmou.