Principal mercado de destino das carnes brasileiras, a China tende, em 2023, a reduzir suas importações globais em quase um terço em relação ao que importou em 2020. A previsão é do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Em 2020, profundamente afetada pela ocorrência da peste suína africana, a China importou pouco mais de 9 milhões de toneladas de carnes, o que significou, em dois anos, aumento não muito distante dos 200%. E, naturalmente, o maior incremento recaiu sobre a carne suína, cuja importação aumentou 262%. Também em um biênio, o volume de carne bovina aumentou 103% e o de carne de frango 192%.
Com a paulatina superação da doença, as importações recuaram nos últimos dois anos, tendendo agora à estabilização (o previsto pelo USDA é um aumento de apenas 1,63% em relação ao importado no ano passado).Mas, nessa estabilidade, quem deve sair perdendo – pelo terceiro ano consecutivo – é a carne de frango (redução de quase 4% em relação a 2022). Assim, as importações das carnes suína e bovina podem aumentar entre 2% e 2,5% em 2023.
Comparativamente a 2018, quando a produção chinesa ainda não havia sido afetada pela peste suína africana (os primeiros relatos da doença são de setembro daquele ano), somente as importações de carne bovina vêm registrando crescimento contínuo.
Mas o retrocesso nas importações das carnes suína e de frango não chega a surpreender. De um lado porque, superada a doença, a produção e oferta de carne suína começam a se regularizar; de outro porque, com a doença nos suínos, a produção avícola chinesa recebeu grandes estímulos. Os efeitos desses estímulos começam a ser sentidos agora.
A ressalvar, em relação aos dados do USDA, que nas importações de carne de frango não estão inclusos pés/patas de frango, item em que a China se destaca como maior consumidor mundial. Portanto, as importações do produto são significativamente maiores que as apontadas.