A Sociedade Rural Brasileira informou, em nota, apoiar o pedido de revisão do protocolo para exportação de carne bovina entre Brasil e China feito pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). “No último dia 22 de fevereiro, logo após a confirmação de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) em Marabá, no Pará, nossa diretoria de pecuária, representada pelo sr. Luis Zillo, solicitou ao presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina do Ministério da Agricultura, André Bartocci, para que o tema da revisão do protocolo fosse discutido em regime de urgência”, disse a SRB, na nota.
O acordo bilateral firmado em 2015 prevê a suspensão imediata e de forma voluntária, pelo Brasil, das exportações da proteína brasileira ao país asiático em caso de identificação da EEB no País. “Acreditamos que um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina não pode ter peso sanitário, uma vez que é uma doença degenerativa e, portanto, sem riscos para o rebanho brasileiro ou para a saúde dos consumidores. Ademais, o Brasil possui status de “risco insignificante para EEB”, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal, visto que o nosso rebanho é criado predominantemente a pasto e nossa legislação proíbe o uso de rações de origem animal para ruminantes”, argumenta a SRB. “Portanto, as consequências econômicas e de imagem para o Brasil são infinitamente maiores que a proporção e a importância que o caso merece”, defende a entidade.
A tifipicação do caso isolado da doença, que é popularmente conhecida como “mal da vaca louca”, detectada em um animal de nove anos no Pará ainda não foi confirmada. Um exame realizado no laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em Alberta, no Canadá, vai identificar se o caso é clássico ou atípico, ou seja, que surge de forma espontânea no organismo do animal, sem risco de disseminação no rebanho nem ao ser humano. O resultado deve sair entre quarta e quinta-feira.
Por fim, a SRB alega que o protocolo atual não é adequado às demandas atuais do setor produtivo e do comércio internacional. “Se faz necessária uma modernização deste protocolo comercial, estabelecendo um trâmite simplificado em casos atípicos da doença, atuando regionalmente e evitando embargos desnecessários e prejuízos para ambos os países”, conclui a SRB.