Após 12 sucessivos meses de desvalorização (isto, depois de terem atingido recorde histórico de preços em março de 2022), neste último abril o Índice de Preços dos Alimentos da FAO (FFPI na sigla em inglês), apresentou ligeira recuperação em relação ao mês anterior (+0,6%), atingindo a marca dos 127,2 pontos.
Além do açúcar (com alta mensal de quase 18%), apenas as carnes (alta de 1,28%) contribuíram para esse aumento. Porque os demais alimentos sofreram retração no mês. Os laticínios e cereais, de 1,74%; e as gorduras vegetais de 1,33%.
Porém, em relação a abril de 2022 (quando ainda eram registrados picos históricos de preços) as perdas, excetuado o açúcar, continuam generalizadas. O FFPI e os preços dos cereais recuaram perto de 20%. E a queda de preços das gorduras vegetais foi superior a 45%. Assim, coube às carnes o menor índice de redução: 6% a menos que um ano atrás.
Explicando os motivos que levaram à acentuada queda dos cereais, a FAO observa que “o declínio nos preços mundiais de todos os principais grãos superou um aumento nos preços do arroz” no mês. E prossegue: “Os preços internacionais do trigo caíram 2,3% em abril, para o nível mais baixo desde julho de 2021, impulsionados principalmente pelas grandes disponibilidades de exportação na Federação Russa e na Austrália. As condições favoráveis da safra na Europa, juntamente com um acordo no final de abril permitindo que os grãos ucranianos transitem pelos países da União Europeia (que impuseram restrições à importação de grãos da Ucrânia no início do mês), também contribuíram para o tom geral mais suave nos mercados”.
No tocante ao milho é observado que seus preços sofreram redução mundial, caindo 3,2% em abril, “impulsionados principalmente por maiores ofertas sazonais na América do Sul, uma vez que a colheita continua e as perspectivas favoráveis apontam para uma produção recorde no Brasil”.
Já em relação ao aumento das carnes a FAO explica que a alta de preço da carne suína (a que mais subiu no mês) deveu-se ao aumento das importações pelos países asiáticos e às contínuas limitações de oferta em vários dos principais exportadores devido aos altos custos de produção e a problemas de saúde animal.
Quanto à carne de frango, seus preços (“após nove meses de quedas consecutivas”) se recuperaram no mês em função do aumento da demanda asiática e das limitações de oferta em decorrência da continuidade de surtos generalizados de gripe aviária em muitos países exportadores.
Por fim, os preços internacionais da carne bovina também aumentaram em resposta à queda na oferta de animais prontos para abate, principalmente nos EUA.