Por Josilaine Lima*
A produção de carne bovina brasileira acontece predominantemente a pasto, e o nosso sistema produtivo apresenta algumas vantagens em relação aos demais países. Entre elas, podemos destacar o menor custo de produção e a maior flexibilidade nos protocolos nutricionais, o que nos torna mais competitivos.
No entanto, a produção de bovinos a pasto também apresenta alguns desafios para o produtor, como, por exemplo, a dependência da sazonalidade na produção de forragem e o correto manuseio da forrageira, respeitando a sua altura de pastejo para evitar o subconsumo ou superconsumo, que pode resultar em perda de pasto ou degradação da pastagem.
De modo geral, as forrageiras necessitam de três fatores para o seu ótimo crescimento: luz, temperatura e umidade. Sendo assim, de acordo com as diferentes estações do ano, verificamos maior ou menor produção de forragem.
Durante o período de águas, é observado maior crescimento forrageiro com maior valor nutricional da planta. Com a mudança das estações de águas para a seca, percebemos a mudança nos pastos, caracterizada por crescimento mais lento, baixo teor proteico, aumento da fração dos carboidratos estruturais (fibra) e redução na digestibilidade, fatores estes que limitam o crescimento animal durante o período.
Os carboidratos estruturais das forrageiras atuam como uma energia potencialmente digestível para o animal. Porém, para que essa energia seja disponibilizada e aproveitada, é necessário que as condições ruminais estejam otimizadas, sendo importante então corrigir a deficiência proteica dos pastos e garantir o seu maior aproveitamento.
Com isso, temos então disponíveis algumas estratégias nutricionais para serem exploradas durante a seca: utilizar a linha de ureados e proteinados, com consumo mais baixo, até 1 g/kg de peso corporal do animal, ou utilizar suplementos com consumos maiores, como um proteico energético, com consumo previsto em torno de 3-5 g/kg de peso corporal.
Pensando em fazendas de cria, as vacas já maduras podem ser suplementadas com a linha de ureados, que tem por objetivo promover a manutenção do animal e o crescimento fetal por meio do maior aproveitamento da forragem seca.
Já os animais jovens e em crescimento podem ser recriados utilizando a linha de proteinados, com fornecimento de proteína verdadeira associada aos compostos nitrogenados não proteicos (ureia). Essa suplementação tem por objetivo fornecer aminoácidos para os microrganismos ruminais e promover um ganho mais eficiente do animal.
E para os produtores que almejam ganhos ainda maiores com uma produção mais intensiva, pode ser utilizada a linha de proteico energético, suplementos que, além de suprirem a deficiência proteica dos pastos, também fornecem energia para o animal.
Além dos diferentes tipos de suplementos disponíveis para o produtor, também é possível incrementar o desempenho do animal com a utilização de aditivos com função de modulação ruminal, como é o caso do Fator P, aditivo 100% natural da Premix que modula a microbiota ruminal e intestinal e pode ser indicado como substituto de antibióticos e ionóforos, promotores de crescimento e melhoradores de desempenho.
Por fim, quando o assunto é suplementação de bovinos a pasto, é importante lembrar ao produtor que, de modo geral, os suplementos com consumos de até 5-6 g/kg de peso corporal tem por objetivo estimular o crescimento microbiano dentro do rúmen e aumentar a digestibilidade e o consumo de pasto pelo animal.
Com isso, para o produtor obter bons resultados, é importante ter realizado um planejamento forrageiro e corrigido a taxa de lotação da fazenda no final do período de águas, para que tenha pastagem remanescente para ser utilizada no período de estiagem ou produzido um volumoso de qualidade.
As referências bibliográficas estão com a autora: [email protected]
(*) Josilaine Lima é zootecnista, doutora em Ciência Animal e consultora técnica da Premix.