As empresas de proteínas animais devem apresentar resultados melhores nos balanços do quarto trimestre de 2023, com a estabilização dos preços das carnes e a redução da cotação dos grãos, segundo analistas.
O BTG Pactual afirmou em relatório que espera uma melhora no balanço do quarto trimestre de JBS, BRF e Minerva. As ações subiram ontem 2,45%, 7,11% e 5,63%, respectivamente.
O banco prevê alta de 1% na receita da companhia dos Batista, para R$ 93,8 bilhões, e de 25% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), para R$ 5,8 bilhões. A expectativa é de pressão de margens nos EUA, compensada por melhor rentabilidade em outros negócios.
Para a Minerva, a expectativa é que os preços mais altos das carnes, o ciclo positivo no Brasil e a compra do BPU contribuam para um avanço de 8% na receita, para R$ 7,4 bilhões, e uma alta de 29% no Ebitda, para R$ 783 milhões.
A BRF vai se beneficiar mais da queda dos grãos, o que deve contribuir para uma alta de 83% no Ebitda, para R$ 1,9 bilhão, ainda que a receita possa cair 2%, a R$ 14,4 bilhões. Para a Marfrig , a perspectiva é de um trimestre fraco, com queda de 41% no Ebitda, dada a deterioração nas margens nos EUA.
Olhando para o futuro, as empresas de grãos devem enfrentar um cenário mais desafiador, como a SLC, que “ainda se move em função de preço dos grãos”, observou Gabriel Barra, analista de agro, petróleo e gás no Citi Brasil.
A perspectiva do banco é de que o mercado dos grãos deixe para trás neste ano o “superciclo” vivido na pandemia. “Nossa visão para o fim de 2024 é de que os preços de soja e milho vão retornar ao regime pré-covid de valores baixos”, disse ontem Aakash Doshi, estrategista-sênior de commodities do Citi Research, em evento com analistas do banco.
Soma a isso a quebra de safra de grãos no Brasil, o que coloca a SLC “em um cenário bem desafiador”, avaliou Barra.
Para a 3tentos, a perspectiva do Citi também é de um cenário de curto prazo “desafiador”. Mas, de acordo com Barra, a empresa está “bem posicionada para aproveitar o crescimento do agronegócio”.
Já a Agrogalaxy deve viver um momento “mais desafiador este ano” e deve “fazer o dever de casa” após aquisições recentes. Para a Vittia, a perspectiva é mais favorável, com avanço de consumo e maior participação de mercado, disse.