No final do mês de fevereiro, o setor Gado Leiteiro da Cooperativa Dália reuniu cerca de 30 associados que integram o programa de produção Vale dos Lácteos. O primeiro encontro do ano ocorreu no auditório do Centro Cultural Ouro Branco, no Parque Dália, em Encantado.
Na ocasião, o Supervisor do Setor Gado Leiteiro, Yago Machado da Rosa, apresentou a programação deste ano. “Para 2024, temos uma proposta diferente, com a realização de quatro reuniões. Neste primeiro evento, queremos realizar um levantamento dos principais desafios referente à Contagem de Células Somáticas (CCS), isto é, ouvir as principais demandas do campo para, ao longo do ano, trabalharmos esses detalhes em conjunto com a equipe técnica”, explanou Rosa.
O supervisor destacou que a próxima reunião está programada para o mês de maio e deverá ser em alguma propriedade. “Sabemos que na pecuária leiteira os cuidados com os detalhes fazem a diferença, por isso, queremos explorar a Contagem de Células Somáticas (CCS), que são resultados muito dinâmicos e com grande impacto na produção leiteira”.
No mês de agosto, o setor propõe abordar: controle leiteiro, tecnologias e manejos para redução de CCS. “Este será um grande encontro com produtores associados que integram o programa Eficiência Leiteira e Vale dos Lácteos. Na ocasião, falaremos sobre assuntos relacionados à Contagem de Células Somáticas baixa, pois sabemos que, quanto menor for este valor, indica que o rebanho é mais saudável; consequentemente, reflete qualidade e quantidade na produção. Além disso, ainda definiremos em conjunto com os associados outros temas a serem tratados nos encontros”.
O último evento será no mês de novembro, quando serão apresentados os resultados e as evoluções alcançadas. “Para fechar o ano, queremos mostrar os impactos produtivos dos associados e valorizar os melhores resultados com uma premiação”.
Debate técnico
Na sequência, os médicos veterinários Luciano Redü e Tais de Souza, dialogaram com os produtores associados. Em conjunto com os associados, foram elencados problemas como estresse térmico, quando o rebanho sofre com o calor intenso, principalmente no verão. “É fundamental entendermos as principais demandas para encontrarmos as soluções. Além disso, iremos formatar um cronograma conforme a realidade nas propriedades”, reafirmou Redü.
Para explorar as demandas e ouvir o grupo de produtores, Luciano apresentou dados dos três últimos anos dos associados que integram o Vale dos Lácteos. “Observamos que tanto a quantidade como a qualidade de leite aumento e, junto, vimos investimentos importantes no campo, como a instalação de sistemas de resfriamento para o rebanho confinado”, afirma Redü, ao explicar que o estresse calórico de uma vaca aumenta a CSS e diminui a taxa de concepção, afetando a produção e provocando prejuízos econômicos.
Mastite
A veterinária Tais de Souza reconheceu os desafios da bovinocultura leiteira. “Sabemos que cada propriedade possui realidades diferentes e, por isso, podem contar conosco para juntos pensarmos nas soluções frente às adversidades”, relata Tais.
Ela também apresentou outro problema que pode acometer o rebanho. “Um problema sério na produção de leite é a incidência de mastites no rebanho. A enfermidade se caracteriza como uma inflamação no úbere do animal, classificada como mastite clínica e subclínica, podendo manifestar sinais clínicos evidentes ou apenas aumento de CCS”, explica a médica-veterinária.