Proporcionar a organização sistêmica das ações e garantir o desenvolvimento e a proteção sanitária das atividades de produção do Rio Grande do Sul. Essa é a finalidade da Plataforma de Defesa Agropecuária (PDSA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), que foi apresentada nesta quarta-feira (28/8) no estande do Governo do Estado durante a 47ª Expointer. O chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Seapi, Fernando Groff, conduziu os trabalhos.
O diretor adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Francisco Lopes, falou sobre os módulos já existentes e os próximos que serão lançados. Ele abordou em especial a importância do Módulo de Contenção de Foco, que foi destaque principalmente em função do foco da doença de Newcastle, detectado em uma granja comercial em Anta Gorda, em julho último. “O resultado foi o sucesso de, em uma semana, ter sido feita toda a vistoria e a vigilância da área dos 10 quilômetros do foco”, exemplificou.
Segundo ele, trata-se de um módulo de geoanálise que permite traçar os raios de atuação do foco e as áreas de atividades de cada equipe a campo. “Ligado ao módulo está um checklist on-line, vinculado ao aplicativo da PDSA, que as equipes a campo preenchem. Assim, facilita muito a gestão de quem está fazendo a organização do foco para ver a evolução do atendimento às propriedades rurais e avaliar se o pessoal existente é suficiente”, explicou Lopes.
O doutor em Ciência da Computação e coordenador do Projeto PDSA e do Laboratório de Computação Ubíqua, Móvel e Aplicada (Lumac) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Alencar Machado, apresentou os dez módulos. Ele destacou um fato importante: durante as enchentes, foi a PDSA que emitiu de Guias de Trânsito Animal (GTAs) durante todo o período em que a Procergs esteve fora do ar por causa das enchentes de maio último. “O Módulo de Contenção de Foco foi adaptado para ser usado no período das enchentes para levantamento de perdas e danos em propriedades rurais”.
Por sua vez, o Chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos Pecuários e Saúde Animal da Superintendência Federal de Agricultura do Rio Grande do Sul do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Édison Eckert Fauth, falou sobre a contribuição da plataforma PDSA na melhoria dos procedimentos do Serviço de Saúde Animal da SFA-RS, nas áreas de certificação de granjas de aves e suínos e para acompanhamento das fichas epidemiológicas mensais. “Nelas os médicos veterinários privados registram os atendimentos de doenças de aves e suínos”, pontuou.
Ele também enfatizou a importância das parcerias do Serviço Veterinário Oficial com instituições de ensino e pesquisa e com a iniciativa privada para aprimorar os processos e ações de defesa sanitária animal. “No caso das fichas epidemiológicas, os veterinários enviavam as informações em planilhas, mensalmente, e precisávamos compilar em um único arquivo e verificar quem enviou e quem deixou de enviar as informações”, relembrou Fauth. “Recebíamos dezenas de planilhas todos os meses. Hoje podemos extrair essas informações diretamente do sistema, já compiladas, ou individualizadas conforme o caso”.
Ele contou ainda que, nas certificações, hoje podem acompanhar todas as etapas do processo, desde o agendamento das coletas no campo, o recebimento no laboratório, a emissão dos laudos e, no final, fazer a certificação. “Antes da PDSA, só recebíamos o laudo com os resultados na última etapa do processo, e precisávamos compilar manualmente os dados de coleta, de entrada no laboratório e emissão do laudo para poder avaliar o andamento dessas etapas”, disse Fauth.
Para o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber, a PDSA está se transformando em um sistema “gigante”. Conforme ele, são módulos e funcionalidades importantes que o serviço de defesa sanitária está se valendo para aprimorar critérios e permitir que a informatização seja a tônica daqui para a frente.
“E o Fundesa está apoiando para que isso se consolide cada vez mais e tenhamos mais atividades incluídas dentro da plataforma, que representa uma revolução no sistema de defesa. Nós saímos da era do papel e da informalidade e estamos dentro de uma construção contínua, a passos largos para definitivamente contribuir com um sistema moderno de defesa sanitária animal”, destacou.