Após apelos de indústrias e governos ao redor do mundo, a Comissão Europeia anunciou nesta quarta-feira que irá propor o adiamento, por um ano, da lei que proíbe a importação de commodities ligadas ao desmatamento, informou a Reuters.
Saudada originalmente como um marco na luta contra as mudanças climáticas, a medida vem sendo contestada, por países e indústrias – do Brasil à Malásia e, inclusive, pelos EUA – por entenderem que, além de protecionista, pode acabar excluindo milhões de pequenos agricultores pobres do mercado da União Europeia.
Também houve alertas generalizados da indústria de que o regulamento de desmatamento da UE, ou EUDR, interromperia as cadeias de suprimentos da União Europeia e, internamente, aumentaria os preços.
Mas os protestos não têm sido apenas externos. Cerca de 20 dos 27 estados-membros da UE pediram a Bruxelas em março para minimizar e possivelmente suspender a lei, alertando que isso prejudicaria os próprios agricultores do bloco, que seriam proibidos de exportar produtos cultivados em terras desmatadas.
A proposta precisaria da aprovação do Parlamento Europeu e dos estados-membros, esclareceu a Comissão, acrescentando que também estaria publicando documentos de orientação adicionais.
Líderes da UE suavizaram inúmeras medidas ambientais neste ano para tentar reprimir meses de protestos de agricultores sobre questões como as políticas verdes do bloco e importações baratas.
A EUDR exigiria, a partir de 30 de dezembro, que empresas que importam soja, carne bovina, cacau, café, óleo de palma, madeira, borracha e produtos relacionados provassem que suas cadeias de suprimentos não contribuíram para a destruição das florestas do mundo, ou enfrentariam multas pesadas.
Os ativistas ambientais, claro, criticaram o adiamento da aplicação da EUDR.