Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) informaram nesta quinta-feira (data), que o vírus H5N1, causador da gripe aviária, não apresenta transmissão de pessoa para pessoa, mesmo após meses de investigação. O anúncio ocorre após o exame de um paciente do Missouri que foi hospitalizado em agosto com o vírus. Esse é um dos 31 casos de H5N1 registrados nos Estados Unidos, a maioria em trabalhadores rurais. O paciente em questão não tinha contato conhecido com aves ou gado leiteiro.
Após o diagnóstico, diversos contatos próximos do paciente, incluindo familiares e profissionais de saúde, apresentaram sintomas respiratórios, levando à realização de exames sorológicos para verificar uma possível infecção. No entanto, todos os resultados dos cinco profissionais de saúde foram negativos para o vírus, afirmou Demetrius Daskalakis, chefe do Centro Nacional de Imunização e Doenças Respiratórias do CDC.
“A partir do que observamos, consideramos a investigação concluída”, afirmou Daskalakis.
Um exame de sangue em um parente do paciente sugeriu inicialmente a presença de anticorpos H5, mas testes subsequentes não confirmaram essa descoberta. Análises adicionais permitiram aos investigadores descartar a possibilidade de transmissão entre as duas pessoas, que provavelmente adoeceram ao mesmo tempo e pela mesma fonte — possivelmente um animal ou produto animal contaminado.
“Seguimos linhas de evidência para concluir que não houve transmissão de pessoa para pessoa”, acrescentou o vice-diretor do CDC, Dr. Nirav Shah. Todos os envolvidos no caso se recuperaram totalmente, e essa conclusão reforça a ideia de que o H5N1 ainda não sofreu mutações para facilitar sua transmissão entre humanos.
Casos de gripe aviária seguem em alta no Ocidente
Enquanto o risco ao público em geral permanece baixo, segundo o CDC, profissionais que atuam diretamente com animais têm maior risco de infecção. O vírus H5N1 já impactou 333 rebanhos de vacas leiteiras em 14 estados, com casos concentrados entre trabalhadores expostos ao gado infectado. Em Washington, dois trabalhadores de uma fazenda recentemente adoeceram, elevando o número de casos e levando o estado a solicitar suporte do CDC para investigar a situação.
A Califórnia, estado com o maior número de casos (15), também buscou apoio federal para conter o surto. A Dra. Erica Pan, do Centro de Doenças Infecciosas da Califórnia, informou que agências locais têm realizado verificações diárias em trabalhadores expostos a animais infectados para monitorar possíveis sintomas e garantir uma resposta rápida a novas infecções.
Os sintomas observados em pessoas com H5N1 têm sido leves, incluindo olhos vermelhos e secreção ocular, além de alguns relatos de infecções respiratórias superiores. Além da Califórnia, outros estados com registros de H5N1 humano incluem Colorado, Michigan e Texas, destacando a importância de monitoramento contínuo para evitar uma disseminação mais ampla do vírus.
Fonte NBC News