Segundo a ONG chinesa Global Enviromental Institute, os primeiros embarques de carne 100% rastreada já devem ocorrer em 2025. Exigência de rastreabilidade já está presente nos protocolos comerciais assinado entre os dois países, mas nunca foi efetivamente cobrada pelos importadores chineses
Principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, a China sinalizou em sua última visita técnica ao Brasil, em dezembro do ano passado, que também demandará a rastreabilidade de ponta a ponta da cadeia, isto é, desde o nascimento do animal, nos próximos anos. A exigência já está presente nos protocolos comerciais assinado entre os dois países, mas nunca foi efetivamente cobrada pelos importadores chineses. Essas mudanças devem ocorrer ao longo dos próximos dois anos, com o estabelecimento de protocolos próprios de rastreabilidade. Segundo estudo da Academia Chinesa de Ciências Sociais e da Fundação Getúlio Vargas realizado com o apoio da ONG americana The Nature Conservancy, os consumidores chineses pagariam até 22,5% a mais do que pagam hoje pela carne do Brasil se ela viesse com alguma garantia de que é de criações de gado em áreas de desmatamento zero. De acordo com o gerente de projetos da ONG chinesa Global Enviromental Institute, Peng Ren, os dois países iniciarão as discussões para criar soluções de rastreabilidade a partir do próximo mês, com a perspectiva de iniciar os primeiros embarques de carne 100% rastreada já a partir do ano que vem. “Estamos no começo dessa negociação”, afirmou o executivo. Após as auditorias realizadas em dezembro de 2023, a China anunciou a habilitação para exportação de 38 novas plantas frigoríficas no Brasil, sendo 24 delas de carne bovina. Segundo o Ministério da Agricultura, foi o maior número de habilitações concedidas de uma só vez na história das relações comerciais entre os dois países.