À luz das projeções apresentadas pela Secretaria de Política Agrícola do MAPA (SPA/MAPA), dentro de uma década os brasileiros consumirão ainda menos carne bovina do que atualmente. Neste ano, o consumo per capita deve ficar por volta dos 31-32 kg. Em 2034, considerada a população prevista pelo IBGE (cerca de 219 milhões de pessoas), o consumo não deve ir muito além dos 30 kg per capita.
Não que ocorra queda na produção: nas projeções do MAPA, em 2034 o Brasil estará produzindo em torno de 11,260 milhões de toneladas de carne bovina, . A questão, aqui, é que as exportações do produto devem aumentar muito mais – pelo menos 27%, sugerem as projeções atuais – e, assim, a disponibilidade interna total prevista para daqui a 10 anos aumenta pouco mais de meio por cento, índice bem abaixo do já baixo crescimento vegetativo da população.
Pelas condições presentes, o maior avanço continuará sendo o da carne de frango. Estimado em, aproximadamente, 10,1 milhões de toneladas neste ano, seu consumo tende a um aumento próximo de 27%, o que significa chegar a 2034 com cerca de 12,8 milhões de toneladas.
O índice de incremento da carne suína não será muito diferente, pois os 4,152 milhões de toneladas atuais chegarão a 5,206 milhões de toneladas em 2034, aumentando acima de 25%, apenas 1,46 ponto percentual aquém da carne de frango.
Com tais incrementos, a participação da carne de frango no consumo total das três carnes sobe dos atuais 48,2% para 51,7% em 2034, enquanto o de carne suína se eleva de 19,8% para 21%. A da carne bovina recua de 32% em 2024 para 27,3% dentro de 10 anos.
Vale observar, ainda, que em menos de dois anos o consumo da carne de frango irá superar os consumos somados das carnes bovina e suína. Pelas previsões atuais, em 2026 o consumo das carnes bovina e suína (6,321 milhões/t e 4,418 milhões/t, respectivamente) somará 10,739 milhões de toneladas e o da carne de frango será de 10,829 milhões de toneladas. Uma diferença (de 90 mil toneladas) que subirá continuamente, chegando às 840 mil toneladas em 2034.