O remate reuniu 128 investidores provenientes de 108 municípios de 13 diferentes estados da Federação
Equipe e clientes da Agropecuária Jacarezinho se mostravam satisfeitos ao término dos cinco dias de vendas. A empresa colocou para apreciação do mercado 1021 reprodutores da safra 2019 – todos portadores do Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP), com avaliação genética realizada pela Cia de Melhoramento e garantia de produtividade nos mais exigentes biomas do Brasil.
A promoção virtual, considerada a maior já realizada na pecuária brasileira, aconteceu nas tardes de 13 a 17 de setembro, com organização da Estância Bahia Leilões, transmissão do canal Terraviva e Adriano Barbosa no comando do martelo. As datas, fixadas pela direção da fazenda, teve o propósito de colocar os negócios em dias úteis, de modo que seus clientes pudessem estar livres para suas famílias no final de semana.
Os lotes foram distribuídos em baterias com base nos índices do programa: “ICIAGen” (índice geral de qualificação no sumário), idade ao primeiro parto (IPP, precocidade sexual), índice frigorífico (IFRIG) e retorno maternal (RMat). Nesta última avaliação, observa-se um índice econômico para vacas com maior produção. Para cada uma dessas características, a promotora reservou uma quantidade específica de touros.
Ao final, os 1021 touros geraram média geral de R$ 18,2 mil (64@ de boi gordo – Praça MT). Destaque para o lote 323, que trouxe o touro mais valorizado do certame. O animal T9177, reprodutor de 24 meses, com 677kg de peso e 40cm de CE, filho de CIA Gandhi HJ (líder do Sumário Aliança), em mãe precoce filha de PAINT Nitro. T9177 apresenta ICIAGEN de 26,67; IDESM de 25,7; GND de 207,65; PS de 3,78; GNS 415,19 e IFRIG 12,56. Ele saiu para Júlio Flávio Alvares Mesquita, da Fazenda Mocambo, de Pompeo (MG), por R$ 37,5 mil.
Clientes satisfeitos e fiéis
A família Mesquita é cliente antigo; desde meados da década de 1990. Júlio Flávio é um produtor de bezerros que pensa um dia ter ciclo completo. Por hora, ele quer bezerros que nasçam pequenos e desmamem pesados, encurtando o ciclo. Também quer animais adaptados e que carreguem habilidade maternal, além de bom temperamento. “O esforço em levar para casa T9177 diz respeito à uniformidade de sua régua de DEPs, além de oferecer os demais índices que busco, muito positivos”, explica o investidor.
Manoel Teixeira Campos, da Fazenda Santa Angélica, em Piraí (RJ), é outro que faz parte da “velha guarda” de clientes e parceiros da Agropecuária Jacarezinho. Ele adquiriu seis novos reprodutores para se juntar a outros 12 que tem em casa, além da sociedade em Carmenere AJ, touro cujo sêmen está em comercialização na Genex. A pecuária de Campos é verticalizada, portanto faz cria, recria e engorda. Trabalha com 600 matrizes, sendo parte delas AJ. Cerca de 90% do sêmen utilizado é proveniente de sangue da marca.
Para o pecuarista fluminense, o grande mérito da genética Jacarezinho é sua capacidade de trabalhar nos mais diversos e adversos ambientes do Brasil, sempre com alta produtividade frente a outros trabalhos. “A Angélica está em terras ácidas e de relevo bastante declivoso, com altas temperaturas ao longo do ano. Portanto, não falamos de uma pecuária fácil e o que eu tenho visto é que os números melhoram a cada ano”, justifica Campos, salientando o trabalho realizado por Arnaldo e Rafael Zonzini.
Entre os novos clientes está um velho amigo da marca que, desde 2008, acompanha os trabalhos de seleção AJ. Adão Ferreira Sobrinho, da Fazenda Jatobá, em Marianópolis do Tocantins (TO), adquiriu 32 reprodutores.
Sua pecuária objetiva a produção de bezerros, então, o pecuarista precisa de genética que coloque precocidade na desmama e habilidade maternal, com biótipo frigorífico. Outro fator decisivo foi o bom atendimento da equipe Jacarezinho, no sentido de clarear dúvidas técnicas e transmitir confiança sobre os produtos.
Genética específica para cada modelo
Uma tecnologia recém-lançada pelos programas de avaliação genética Cia de Melhoramento e Delta GEN, em parceria com a Gensys Associados, pode beneficiar tanto os pecuaristas quanto o consumidor final de carne bovina. Trata-se do Índice Frigorífico (IFRIG), um indicador econômico que pondera características de carne, carcaça e desempenho zootécnico dos animais.
O trabalho, inédito no Brasil, segundo os envolvidos, conta com um banco de dados de oito mil animais genotipados com mensuração da qualidade de carne, além de 90 mil matrizes da raça Nelore produzindo, sendo 22 mil delas pertencentes à Agropecuária Jacarezinho. Com fazendas nos estados da Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a propriedade detém a maior quantidade de animais dentro do programa.
Em outras palavras, touros com IFRIG serão capazes de transmitir maior produtividade por animal, rendimento de carcaça e qualidade de carne para suas progênies. Como resultado, fazendas poderão aumentar a rentabilidade do negócio ao enviar seus animais para os frigoríficos. Além disso, varejo e restaurantes terão cortes mais macios, saborosos e suculentos para oferecer aos seus clientes.
O Índice Frigorífico (IFRIG)
O IFRIG é composto por indicadores quantitativos, com destaque ao peso de carcaça quente (Peso de Carcaça obtido no frigorífico após toalete) e ao rendimento de carcaça (Peso de Carcaça Quente em relação ao Peso Vivo).
E também existem os indicadores qualitativos, como área de olho de lombo (AOL), medida em cm2 de área; espessura de gordura subcutânea (EGS), mensurada em milímetros; maciez (MAC), análise física que indica a força de cisalhamento; e marmoreio (MAR), o percentual de gordura entremeada que garante sabor e maciez à carne.
“Mas não é só isso. Depois de comprovados no gancho, o programa mapeia os sítios relacionados aos marcadores moleculares de todas as características avaliadas no índice. Já são oito anos validando essas informações”, explica Rafael Zonzini, gerente comercial da Agropecuária Jacarezinho. O passo seguinte é disponibilizar as informações para que o processo seletivo se torne ainda mais eficiente e democrático entre os produtores.
Olhos à genética de futuro
O RMAt, traduzindo em miúdos, é uma estimativa do retorno econômico de cada vaca, por quilo de peso vivo produzido ao longo da temporada, sempre descontados dos custos demandados. Vale lembrar que este tipo de genética é importante para fechar as contas da fazenda no azul ao término da estação de monta.
Touros com RMmat são mais desejáveis no ciclo de cria e até mesmo nos sistemas subsequentes, pois representa as matrizes com os melhores resultados zootécnicos e com custos de produção mais baixos comparados à média. Isso se reflete na vida reprodutiva da vaca e na qualidade de seus bezerros.
Melhoramento animal de décadas
A Agropecuária Jacarezinho, hoje, é a maior vendedora de touros do Brasil, com 2,5 mil touros comercializados por ano, e prima por produzir animais com crescimento e produtivos a pasto, no menor intervalo de tempo possível.
“Por isso, batemos na tecla de uma pecuária de ciclo curto, aquela que traz resultados. E o segredo é medir desempenho e eficiência produtiva sob todos os aspectos”, explica o gerente comercial. Todos os reprodutores comercializados no leilão são genotipados, o que aumenta as garantias de retorno do investimento e a acurácia de suas DEPs (Diferenças Esperadas na Progênie).
Para ter uma ideia, cerca de 70% dos animais com CEIP, em coleta nas centrais de inseminação, possuem genética Jacarezinho. Os números são acumulativos e fixados no rebanho, habilitando cada animal a trabalhar com alta produtividade em todos os biomas da pecuária brasileira.
“Precisamos apenas ser certeiros. Em uma conta subjetiva, imaginando que metade do rebanho nacional de bovinos sejam fêmeas em idade reprodutiva, seriam necessários até 400 mil touros avaliados por ano para servi-las, sendo que, somando todos os programas, não chegamos a 90 mil, ou seja, podemos ainda dobrar nossa produção que, mesmo assim, a demanda continuará muito alta”, conclui o gerente.
A Agropecuária Jacarezinho possui propriedades em Mato Grosso e Bahia, produzindo touros a partir de 22 mil matrizes. No Estado de São Paulo, em Porto Feliz, a partir das 150 doadoras de exceção, em termos de avaliação de DEPs e produção, está a vitrine de embriões e sêmen. As fazendas somam 150 mil hectares, todas com certificações ambientais e alto compromisso com sustentabilidade e responsabilidade social.
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