Com objetivo de reforçar com máxima amplitude a importância da prevenção sanitária, a Organização Avícola do RS (O.A/RS) e suas entidades membros, Asgav e Sipargs, propõem oficializar o “Dia Nacional da Biosseguridade na Produção Animal”. A iniciativa visa inserir a data no calendário nacional como uma medida institucional representativa da segurança sanitária da produção de proteína animal brasileira, a fim de também reforçar medidas preventivas que contribuam com a estabilidade comercial, com os mercados internacionais e criar políticas públicas voltadas para o setor. A proposta foi encaminhada para a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e obteve apoio total do conselho diretivo da entidade em reunião realizada ontem, 25 de setembro.
“A biosseguridade é estratégica para o Brasil, tanto do ponto de vista econômico, como social. A preservação de nosso status sanitário impacta positivamente em empregos e prosperidade setorial, além de ajudar a garantir a segurança alimentar do Brasil e nações importadoras. Por isto, felicitamos a iniciativa da Asgav, que celebra e reforça a importância de nossa biosseguridade, que é uma conquista setorial”, disse, Ricardo Santin – Presidente da ABPA.
Somente em agosto, o setor avícola do RS teve queda de 42,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, deixando de exportar 28 mil toneladas.
O presidente executivo da O.A/RS, José Eduardo dos Santos, ressaltou que a entidade já trabalhava essa ideia como um mecanismo de valorização e proteção dos criatórios brasileiros, especialmente de aves e suínos. No entanto, os embargos sofridos pela produção gaúcha em decorrência do caso isolado da doença de Newcastle no RS, desencadearam impactos severos nos embarques gaúchos causados por essa exceção.
“Inicialmente, avaliamos a institucionalização da data como uma ação emblemática para o setor pela força que tem na área socioeconômica do Estado e do Brasil. Mas diante do cenário atual, dessa queda e entraves de alguns mercados externos, temos a responsabilidade de recuperar a imagem que sempre tivemos, de oferecer produtos reconhecidos pela excelência sanitária, para que as relações comerciais possam ser retomadas”, disse.
Santos reitera, ainda, que os embargos não se limitaram ao RS, mas atingiram outros estados, o que colocou o setor em uma posição de fragilidade. “Nós gaúchos ainda não conseguimos reverter totalmente esse quadro, que gerou consequências preocupantes registradas em números negativos de queda no nosso desempenho”, relata.
O dirigente destacou que no acumulado do ano, o Estado registrou recuo de 10% nas exportações comparado aos oito primeiros meses de 2023, queda de 50,1 mil toneladas de frango. “Em receitas, os valores assustam, agosto deste ano registrou perda de US$ 55 milhões na receita cambial comparado a agosto de 2023”, salienta.
O pleito ainda contempla proposições como o desenvolvimento do Sistema Nacional de Vigilância Baseada em Risco na Produção Animal, de programas de financiamento para produtores de pequeno, médio e grande porte com base na adoção dos dispositivos de biosseguridade, incluindo indústrias e cooperativas. A ABPA dará o devido encaminhamento ao tema.