As importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em outubro na comparação com o mês anterior, totalizando 208,5 milhões de litros em equivalente leite. Frente ao mesmo período de 2023, o avanço foi de 7,43%. No mesmo mês, as exportações caíram drasticamente, registrando quedas de 65,91% em relação a setembro e de 46,6% no comparativo anual, segundo dados da Secex analisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Como resultado, o déficit da balança comercial (em volume) subiu 17,7%, alcançando 203,9 milhões de litros em equivalente leite. O saldo negativo financeiro foi de US$ 88,9 milhões.
A principal contribuição para o aumento das importações veio do leite em pó, que representou 66,7% do total adquirido, com destaque para o volume importado do Paraguai e Uruguai, que cresceu 24,4%, somando 62,2 milhões de litros em equivalente leite. Apesar do aumento nas compras, o preço médio do leite em pó recuou 3,7%, para US$ 3,4/kg.
Por outro lado, as exportações foram limitadas a 4,6 milhões de litros em equivalente leite. A redução foi influenciada pela menor quantidade de queijo enviada ao exterior, que caiu de 2 milhões para 1,4 milhões de litros em equivalente leite, com destaque para a retração de 38% nas vendas ao Paraguai. Apesar disso, o preço médio do queijo exportado subiu 6,1%, atingindo US$ 13/kg.
A balança comercial de lácteos reflete o aumento da dependência de importações, ao mesmo tempo que enfrenta desafios na competitividade externa, marcando um momento de maior pressão para o setor no Brasil.