Em mercado pautado pela oferta restrita, algumas unidades frigoríficas passam a se ausentar da compra de gado, segundo avaliação da Safras & Mercado
O mercado físico de boi gordo registrou preços predominantemente mais altos nesta sexta-feira (19). Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, em um ambiente pautado pela oferta restrita, algumas unidades frigoríficas passam a se ausentar da compra de gado, avaliando as melhores estratégias para aquisição de boiadas no curto prazo.
“Não haverá refresco em relação à oferta no restante do ano, o que sem dúvida é o grande ponto de sustentação em um momento em que ainda são evidenciadas incertezas em relação à demanda de carne bovina”, disse Iglesias.
A China segue sem se posicionar, mantendo a carne bovina brasileira descredenciada. Assim, não há uma previsão concreta de quando haverá a retomada das compras por parte do principal importador de carne bovina brasileira.
Com isso, em São Paulo, capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 314 na modalidade a prazo, contra R$ 310 na quinta-feira. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 300, estável. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 310, ante R$ 308. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 291, ante R$ 290. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 316 – R$ 317 por arroba, contra R$ 310.
Preços no atacado
O mercado atacadista voltou a apresentar preços mais altos em alguns cortes para a carne bovina. O ambiente de negócios ainda sugere por algum espaço para reajustes em meio ao ápice do consumo no mercado doméstico. O ponto de inflexão segue na capacidade do consumidor brasileiro em absorver novos reajustes da carne bovina no varejo, mantendo o processo de migração rumo a proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango.
“Outro aspecto que pode limitar as altas da carne bovina e do restante da cadeia pecuária está no volume de carne estocada nas câmaras frias aguardando uma posição da China. “Se, porventura, esse adicional de oferta for colocado no mercado doméstico haveria espaço para segurar os preços”, disse Iglesias.
O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 22,75 por quilo. O quarto dianteiro atingiu o patamar de R$ 14,50 por quilo, alta de R$ 0,20. A ponta de agulha seguiu no patamar de R$ 14,15 por quilo.