Segundo analista da Safras, a reabertura das exportações ao mercado chinês pegou pecuaristas e frigoríficos de surpresa
O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta quarta-feira. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o recredenciamento das exportações brasileiras de carne bovina por parte da China foi o grande fato do dia.
“O primeiro passo é desatar o nó logístico formado nos frigoríficos. Aqueles lotes de carne que aguardavam o certificado internacional de exportação agora podem ser despachados. Esse não é um processo simples e demandará algum tempo para que a situação seja normalizada. A notícia gerou grande efeito psicológico sobre o mercado. Nem pecuaristas, tampouco frigoríficos se posicionaram, aguardando os próximos passos. Com o retorno da China às compras de carne do Brasil há mais elementos que justifiquem nova rodada de alta dos preços do boi gordo durante o primeiro bimestre, algo que não seria possível dependendo exclusivamente da demanda doméstica”, assinalou Iglesias.
Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 310 – R$ 311 na modalidade à prazo. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 296. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 291. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 312 por arroba.
Atacado
O atacado apresenta preços acomodados para a carne bovina. “O ambiente não indica para potencial reajuste dos preços da carne bovina no curto prazo, considerando que os frigoríficos ainda encontram dificuldades em escoar a produção dos cortes do dianteiro e da ponta de agulha. Além disso, os preços das proteínas concorrentes permanecem em queda no decorrer da semana, o que pode manter o consumo direcionado a carne de frango e cortes suínos”, disse Iglesias.
O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 22,25 por quilo. O quarto dianteiro seguiu precificado a R$ 14 por quilo. A ponta de agulha permanece no patamar de R$ 13,30.