Os dados foram divulgados no Boletim Agropecuário de setembro, que pode ser acessado no site do Observatório Agro Catarinense, da Epagri e da Secretaria de Agricultura e Pecuária (SAR).
Milho
Na comparação com o mês de julho, os preços médios estaduais recebidos pelos produtores catarinenses em agosto tiveram um movimento de elevação nas cotações. A alta foi de 2,4%. Na comparação do preço médio de agosto com o praticado nos 10 primeiros dias de setembro, a tendência altista se manteve, com uma variação de 0,4%.
A produtividade média esperada para o milho deverá crescer em torno de 23,93% e chegar a 8.460 quilos por hectare (Foto: Aires Mariga/Epagri))
Para a safra 2024/25 de milho (1ª safra), a Epagri/Cepa estima uma redução de 9,32% na área plantada. A produtividade média esperada, entretanto, deverá crescer em torno de 23,93% e chegar a 8.460 quilos por hectare. Assim, é esperado um aumento de 12,28% na produção total catarinense, que deve chegar a 2,3 milhões de toneladas de milho.
Soja
No mês de agosto, os preços da soja no mercado catarinense voltaram a cair. Na comparação com o mês de julho, o preço médio estadual recebido pelos produtores teve uma variação negativa de 3,13%, o que fez com que a média mensal de agosto fechasse em R$121,83 a saca de 60 quilos. Nos primeiros 10 dias de setembro, é possível perceber um movimento altista de 2,63% na comparação com o preço médio de agosto.
A safra catarinense de soja 2024/25 começa a ser plantada no próximo mês e, segundo as estimativas da Epagri/Cepa, a área cultivada deverá crescer 1,78% na comparação com a safra anterior. Para a produtividade média, a expectativa é de um incremento de 10,80%, ou seja, 3.820 quilos por hectare. Com isso, a expectativa é que o Estado tenha um aumento de 12,77% na produção total, que deve chegar a cerca de 2,9 milhões de toneladas de soja (1ª safra).
Bovinos
Nas primeiras semanas de setembro, o preço médio estadual da arroba do boi gordo apresentou alta de 1,3% em relação ao valor registrado no mês anterior. Por outro lado, quando se leva em consideração o valor recebido pelos produtores em setembro de 2023, registra-se queda de 1,1% (valor real, corrigido pelo IGP-DI). Os preços de atacado da carne bovina, por sua vez, apresentaram queda de 0,7% em relação ao mês anterior, mantendo a tendência predominante desde o início de 2023. Na comparação com setembro de 2023, verifica-se queda de 4,9% no período (valor corrigido).
Frangos
Santa Catarina exportou 69,9 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em agosto, quedas de 32,3% em relação aos embarques do mês anterior e de 28,8% na comparação com os de agosto de 2023. As receitas foram de US$141 milhões, quedas de 31,5% em relação às do mês anterior e de 31,9% na comparação com as de agosto de 2023.
(Foto: Divulgação/Epagri)
No acumulado de janeiro a agosto, Santa Catarina exportou 736,4 mil toneladas, com receitas de US$1,42 bilhão, alta de 0,5% em quantidade, mas queda de 10,5% em receitas na comparação com os valores acumulados nos oito primeiros meses do ano passado. O Estado foi responsável por 23,5% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango no período de janeiro a agosto de 2024.
Suínos
Santa Catarina exportou 61,9 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em agosto, quedas de 15% em relação ao montante do mês anterior e de 0,6% na comparação com os embarques de agosto de 2023. As receitas foram de US$150,3 milhões, queda de 14,1% na comparação com as do mês anterior, mas alta de 2,4% em relação às de agosto de 2023.
Em termos de receitas, esse é o segundo melhor resultado mensal de toda a série histórica, atrás apenas das registradas em julho de 2024. No acumulado de janeiro a agosto, o Estado exportou 466 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$1,07 bilhão, alta de 6,9% em quantidade, mas queda de 0,4% em receitas na comparação com o mesmo período de 2023. Santa Catarina respondeu por 57,6% das receitas e por 55,7% do volume de carne suína exportada pelo Brasil neste ano.
Leite
No primeiro semestre de 2024, as indústrias brasileiras inspecionadas adquiriram 12,049 bilhões de litros de leite cru, 2,1% a mais do que a quantidade adquirida no primeiro semestre de 2023. Entre os seis principais estados produtores, houve decréscimo no volume adquirido no Rio Grande do Sul e em São Paulo e aumento em Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Goiás. Essa heterogeneidade de comportamento entre os principais estados produtores não é recente: no período 2014 a 2023, por exemplo, apenas Santa Catarina e Paraná tiveram aumento na quantidade adquirida.
O preço médio pago aos produtores catarinenses (ao se levar em consideração as principais regiões produtoras) caiu 13 centavos de julho para agosto. Já na comparação de setembro com agosto, houve acréscimo de oito centavos, ou seja, ficou em R$2,66 por litro. Com o desempenho da produção nacional aquém do esperado e condições climáticas adversas em grande parte do país, a tendência é de novo aumento nos valores em outubro.