Com o câmbio elevado e demanda externa enxuta, os preços pagos para o boi gordo comum e do animal com padrão exportação estão bem distintos de R$ 15,00/@. As indústrias frigoríficas que conseguem negociar com o mercado externo conseguem rentabilidades melhores em função do preço em dólar.
Segundo o Consultor em Gerenciamento de Riscos da StoneX, Caio Toledo Godoy, as indústrias conseguem vender uma carne mais cara no mercado internacional do que no Brasil acaba influenciando nos preços dos animais terminados. “Hoje, observamos negócios para os animais comuns em São Paulo de R$ 295,00/@ e o boi China está em torno de R$ 307,00/@ a R$ 310,00/@”, aponta.
A partir deste mês vai ser possível entender como será o comportamento da demanda chinesa e se a recomposição dos plantéis de suínos podem comprometer os embarques de carnes. “Quem salva os frigoríficos brasileiros que exportam são as compras asiáticas e se o rebanho de suínos começar a aumentar podemos ter um reflexos nos preços da arroba no nosso mercado interno”, informa.
Com relação ao mercado interno, as estimativas não são boas e não devem melhorar no curto prazo. “Nós estamos passando por um período em que a economia brasileira está muito fragilizada e o ritmo de vacinação brasileira está muito lento. Outro ponto que limita o escoamento da carne bovina no mercado interno é os preços inferiores das demais proteínas se comparado com a carne bovina”, aponta.
As referências para o boi casado estão ao redor de R $17,50/kg e no último final de semana as vendas não foram satisfatórias. “Com isso, as indústrias estão operando com as margens de lucro no negativo e temos o pior patamar da série histórica desde janeiro de 2016. Alguns frigoríficos já começam a planejar férias coletivas para evitar perdas maiores”, comenta.
Aleksander Horta e Andressa Simão