Os painéis de Campo Futuro, projeto da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) e Sindicatos Rurais, apontaram na última semana os desafios da bovinocultura de corte. Em três cidades do interior paulista os técnicos avaliaram custos e os desafios para o crescimento do setor.
Em Cerqueira César a propriedade modelo analisada trabalha com o sistema de recria de bovinos em uma área de mais de 72 hectares. São comercializados 55 animais ao ano, entre bezerros desmamados e garrotes. O principal componente do custo operacional efetivo (COE) é a aquisição de animais, que atinge 72,8%. aa
Já em São José do Rio Preto foram levantados os custos de produção da engorda em confinamento, considerando 1.000 cabeças ao ano. Neste sistema, a aquisição de animais representou 64,9% do COE, seguida pela alimentação, com 26,1%. A região conta com forte presença da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, o que praticamente esgotou o estoque de pastagens, afetando o sistema de criação extensiva.
Em Pompeia, a propriedade modal realiza a recria de bovinos, comercializando anualmente 213 animais. Nesse sistema, a aquisição dos animais para a recria representou 72,6% do COE. Na região, o principal arrendamento que complementa a renda do produtor rural é o cultivo de amendoim, que além de proporcionar uma renda adicional, compete com a atividade pecuária devido no uso da terra.
“Esses painéis são importantes para compreender as perspectivas do setor e identificar os gargalos que afetam o crescimento e a rentabilidade da atividade. Nosso Departamento Econômico, juntamente com os parceiros do projeto, tem realizado um trabalho exemplar nesses levantamentos, engajando os produtores e desenvolvendo materiais que auxiliarão na tomada de decisões estratégicas para o setor. Além disso, essas ações contribuirão para o desenvolvimento de propostas visando o fortalecimento da pecuária.”, concluiu o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.