Segundo o professor de economia da USP, quanto mais tempo sem exportar ao mercado asiático, maior será o prejuízo do pecuarista
Nesta segunda-feira, 4, o Brasil completou um mês da proibição de exportar carne bovina para a China, após dois casos atípicos de “mal da vaca louca” serem registrados em território brasileiro.
Até o momento, não há uma projeção oficial de quando a China irá reabilitar as importações do produto. No entanto, para o professor de economia da Universidade Federal de São Paulo (USP), Celso Grisi, os estoques chineses podem atingir seu nível mínimo em breve.
“Há uma recessão na economia da China nesse momento. Queda no crescimento implica queda da demanda e os estoques chineses devem durar mais alguns dias. Acredito que em pouco mais de 20 dias o país asiático deve dar uma resposta e retomar as exportações de carne bovina”, prevê Grisi.
Ainda segundo ele, a suspensão das compras funciona como uma estratégia de mercado, fato que prejudica os pecuaristas brasileiros.
“Enquanto não retomarmos as vendas, haverá queda no preço do boi e isso atinge o pecuarista, que vem tendo custos adicionais, como o confinamento. Quanto maior o silêncio na China, maior será a queda nos preços, que vai beneficiar os chinês, que vão comprar mais barato. Acho que a pecuária vai trabalhar com prejuízos este mês”, destaca.