Os dados de janeiro passado ainda não são conhecidos, mas, provavelmente, serão um pouco superiores aos registrados em dezembro de 2024. Ou seja: ao nível do consumidor paulistano, a carne de frango e a bovina de 2ª permanecem com preços inferiores aos alcançados quase três anos atrás, em 2021 – fato ignorado pelos analistas, que só levam em conta a variação em relação ao ano passado, quando foram registrados os menores preços do último quadriênio.
É verdade que – em decorrência não apenas do ciclo bovino, mas também como efeito da recuperação de mercados pós-Covid 19 – entre 2020 e 2021 a carne bovina experimentou altas explosivas de preços. Mas logo devolveu todos os ganhos. Chegou a registrar, em 2024, nominalmente, os mesmos valores de quatro anos antes, só iniciando o processo de reversão a partir do 2º semestre. Mesmo assim, fechou o exercício passado com preço 8% inferior ao pico de 2021.
Com o frango as perdas no varejo foram menores, de pouco mais de 3%.em relação ao pico de 2021. Em decorrência, a relação quantitativa entre os dois produtos caiu significativamente. Assim, enquanto em 2021, ao preço de um quilograma de carne de 2ª o consumidor pôde adquirir cerca de 3,870 kg de carne de frango, em dezembro de 2024 esse volume sofreu retração de mais de 25%, caindo para 2,780 kg.
A queda, sem dúvida é significativa. Notar, porém, que ela é praticamente a mesma registrada 10 anos atrás, no início e no final de 2015, tendo se repetido ainda no final de 2016 e, também, em 2019. As mudanças radicais registradas a partir de 2020 foram apenas um dos efeitos da pandemia de Covid-19.