A Administração Geral das Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) anunciou ontem (7/4), em comunicado em seu site, a decisão de suspender as importações de dois frigoríficos brasileiros de carne bovina e um dedicado à produção de carne de frango. Segundo o órgão, a medida entrará em vigor nesta sexta-feira e valerá por uma semana.
Estão na lista temporária de embargos a unidade da JBS localizada em Mozarlândia (GO), a da Marfrig em Tangará da Serra (MT), ambas de carne bovina, e a planta de carne de frango da Zanchetta em Boituva (SP). O anúncio incluiu ainda a suspensão de dois frigoríficos uruguaios. As autoridades chinesas não informaram por que decidiram adotar a medida.
Desde o início da pandemia, a GACC vem impondo suspensões a frigoríficos do Brasil e também de outros países, nem sempre detalhando os motivos para a ação. Em alguns casos, a medida teria sido adotada de maneira preventiva, após testes de covid-19 nas cargas darem resultado positivo para covid-19 – ainda que não haja evidências da contaminação com o novo coronavírus a partir da ingestão de alimentos.
O órgão chinês não detalhou as razões para as suspensões anunciadas neste ano. Em janeiro, a GACC suspendeu as importações da planta da São Salvador Alimentos, dona da Super Frango, localizada em Itaberaí (GO) e da unidade da Bello Alimentos, controladora da marca Frango Bello, que fica em Itaquiraí (MS).
A planta da JBS em Mozarlândia, uma das maiores da companhia no país, é reincidente nos embargos chineses. No dia 11 de março, a GACC anunciou que interromperia por uma semana as compras de carne dessa unidade e também da planta da Frialto localizada em Matupá (MT). Duas semanas depois, no entanto, em novo anúncio, os chineses informaram que o frigorífico goiano seria suspenso por tempo indeterminado.
Procurada, a Marfrig preferiu não comentar o assunto. O Valor também procurou JBS e Zanchetta, que não haviam dado retorno até a conclusão desta matéria. O texto será atualizado caso as empresas se manifestem.