Os pecuaristas já têm à disposição uma ferramenta tecnológica para apoiar a rastreabilidade da produção pecuária brasileira, desde os bezerros até os consumidores finais, com inclusão, transparência e proteção de dados. Nesse sentido, foi lançado nesta terça-feira o Protocolo de Produção Sustentável de Bezerros, numa parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Iniciativa para o Comércio Sustentável (IDH) e o Grupo Carrefour Brasil.
Segundo comunicado da CNA, o protocolo tem abrangência nacional e poderá ser aplicado em fazendas de cria em todos os biomas brasileiros. O protocolo continuará sendo testado e ajustado, ganhando escala nos próximos anos. A CNA, como gestora do protocolo, vai garantir a segurança das informações estratégicas dos produtores, de acordo com o coordenador dos Protocolos de Rastreabilidade do Instituto CNA, Paulo Costa.
O Protocolo foi desenvolvido a partir da experiência bem-sucedida do Programa de Produção Sustentável de Bezerros, desenvolvido desde 2019 em Mato Grosso, com financiamento da IDH, do Grupo Carrefour e da Fundação Carrefour.
A meta para 2022 é aportar assistência técnica, financeira e ambiental para 557 produtores, totalizando mais de 190 mil cabeças de gado, 210 mil hectares de pastagens e cerca de 188 mil hectares de área conservada nos biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal, em Mato Grosso.
Como resultado dessa iniciativa, em julho de 2021, foi vendido o primeiro lote de carne 100% livre de desmatamento, rastreada do nascimento do bezerro até a prateleira do supermercado e, principalmente, por um preço acessível. O produto foi disponibilizado em uma loja popular do Grupo Carrefour em São Paulo, para confirmar o fato de que o sustentável não precisa ser caro.
“Em 2018, o Grupo Carrefour Brasil, com o apoio da Fundação Carrefour França, firmou uma parceria com o IDH cujo objetivo era de ampliar projetos ligados à pecuária sustentável”, afirmou
O vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Carrefour Brasil, Stéphane Engelhard, disse na nota que, “por meio da validação das informações de campo com os dados oficiais do Ministério da Agricultura, a CNA verifica se as garantias estabelecidas no protocolo estão sendo atendidas, sem que haja exposição de informações estratégicas dos produtores participantes aos demais elos da cadeia da carne bovina. Além disso, todo processo é auditado pela empresa de certificação de terceira parte, TÜV Rheinland, trazendo mais segurança, isenção e transparência ao protocolo”.
A diretora executiva da IDH Brasil e do Programa de Paisagens Sustentável na América Latina, Daniela Mariuzzo, disse que “a iniciativa é inovadora, pois possibilita a conexão mais rápida e segura entre produtores e consumidores. Além disso, pode posicionar o Brasil como líder em produção pecuária rastreada por blockchain. O próximo desafio é sair do modelo incubadora e ganhar escala, através da adesão em massa e de parcerias inovadoras, como com a Wholechain”.