Os principais ‘gargalos’ para a melhoria do sistema operacional e para a obtenção de ganhos para o setor de produção de proteína animal, de acordo com a professora da FIA Business School, Sabrina Navarrete, incluem: a rastreabilidade total da cadeia pecuária, inclusive a garantia de rastreabilidade individual dos animais provenientes de fornecedores diretos e indiretos; a digitalização e a integração de tecnologias ao processo de produção uma vez que empresas e produtores rurais, particularmente os de menor porte, enfrentam desafios na adoção e implementação de tecnologias o que limita a eficiência operacional; o aumento de custos proveniente dos investimentos em infraestrutura, inovação e práticas sustentáveis; e os desafios regulatórios e normativos que impõem desafios operacionais e rápida adaptação, o que muitas vezes onera o sistema produtivo.
Segundo ela, é possível ampliar a diversificação do setor para novos países, visando a diversificação de produtos e diminuir a dependência de mercados e a influência da política internacional no agro brasileiro. “É preciso diversificar os mercados de exportação, reduzindo a dependência de mercados consumidores tradicionais. Isso requer uma combinação de fatores. Além de firmar acordos comerciais com países emergentes e com mercados menos tradicionais, pode alavancar as vendas de exportação, ao mesmo tempo que a diversificação de portfólio de produtos para atender demandas regionais, reduzindo a concentração em mercados específicos”, explica Sabrina
De acordo com Sabrina, é preciso também incentivar a inovação, por meio de projetos de pesquisa e desenvolvimento que envolvam a colaboração com instituições de pesquisa e associações do setor, e a obtenção de certificações internacionais que contribuam para melhorar ainda mais a qualidade, a rastreabilidade e a sustentabilidade dos produtos, o que aumenta a competitividade e, consequentemente, leva a abertura de novos mercados. “Além disso, o desenvolvimento de parcerias estratégicas com distribuidores nos mercados-alvo pode facilitar o acesso a redes de comercialização já estabelecidas e ampliar a adaptação do produto às exigências regionais”, ela detalha.
Por fim, ela cita a necessidade de apoio governamental por meio da implementação de políticas que incentivem a internacionalização do agronegócio, com linhas de crédito, subsídios e apoio à capacitação técnica dos produtores rurais, o que também pode acelerar o processo de diversificação de mercado. “Ao trabalhar fatores como estes, o setor de proteína animal pode se tornar mais competitivo e mais resiliente, minimizando os impactos causados pelas variações políticas e pelas barreiras comerciais internacionais, além trilhar novas oportunidades”, afirma.