Um levantamento realizado em 180 confinamentos de 12 Estados brasileiros pela Scot Consultoria apontou que a engorda intensiva registrou crescimento de 15,32% em 2023. O número de animais confinados somou 2,35 milhões de cabeças nas propriedades avaliadas na pesquisa. O rebanho representa 41% da estimativa da Scot para o total de bovinos confinados no país este ano, de 5,7 milhões de cabeças.
A consultoria também questionou os pecuaristas em relação às suas expectativas para o confinamento em 2024. Para 42,8% deles, o volume de animais confinados deve crescer no próximo ano, enquanto 38,3% apontaram que deve ficar “praticamente estável” e outros 15% disseram que diminuirá.
“Existem vários fatores que levam a essa tendência, principalmente o ciclo de preços. Acreditamos que 2024 será um ano de transição, com preços menos pressionados”, afirma Julia Zenatti, analista de mercado da Scot e técnica do Confina Brasil.
Na avaliação por Estado, o Tocantins foi o que apresentou maior crescimento no volume de gado confinado este ano, de 57,3%, seguido de Bahia, com 31%, e Minas Gerais, com 28,1%. Os três Estados também se destacaram na adoção de sistemas integrados (pecuária com lavouras e/ou florestas), presente em 80% das propriedades mineiras e em 75% das fazendas sondadas do Tocantins. Já a Bahia foi a região com menor adoção, citada por 20% dos confinamentos.
Dentre as fazendas que trabalham com integração, 92% afirmaram adotar o sistema lavoura-pecuária, sendo a soja e o milho os principais cultivos, citados respectivamente por 57,1% e 54,8% dos entrevistados.
Em relação à comercialização, 61,7% dos confinamentos afirmaram negociar a venda do gado com até dois frigoríficos. Em Santa Catarina, por exemplo, 86% das propriedades esperam vender para apenas uma empresa as boiadas – índice que cai a 8% no Tocantins, chegando a zero em Mato Grosso do Sul.
“Às vezes o produtor opta realmente por vender seu produto para apenas uma indústria, mas um ponto importante, que a gente não pode deixar de ressaltar, são as relações de parceria e cooperativismo, muito fortes em algumas regiões que passamos”, afirma a analista.
Ao todo, 44,4% dos confinamentos afirmaram ter algum tipo de incentivo de frigoríficos parceiros. A fatia é de 83,3% no Paraná e de 71,4% em Santa Catarina, Estados com forte presença do cooperativismo.