Nesta segunda-feira (7), as maiores empresas de comércio de alimentos do mundo detalharam um plano para eliminar o desmatamento de suas cadeias de fornecimento de soja, carne bovina e óleo de palma até 2025, um passo visto como essencial para evitar uma mudança climática catastrófica.
A destruição de florestas como a amazônica – para dar lugar a campos agrícolas e fazendas – ou a selva indonésia – para óleo de palma – emite enormes quantidades de gases de efeito estufa a cada ano, ajudando a impulsionar as mudanças climáticas.
Do programa, lançado na cúpula climática COP27 das Nações Unidas no Egito, participam 14 empresas, entre elas Cargill, Bunge, Archer Daniels Midland, Louis Dreyfus Company, JBS do Brasil e COFCO International da China.
As empresas informaram que o plano ajuda a colocar o mundo no caminho certo para limitar o aquecimento global a um aumento de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, o limite além do qual os cientistas dizem que a mudança climática corre o risco de ficar fora de controle.
Considerado esse limite, o roteiro “representa um marco significativo do setor na eliminação do desmatamento causado por commodities”, disse o CEO da COFCO International, Wei Dong, em comunicado.
Muitas das empresas se comprometeram anteriormente a eliminar o desmatamento até 2025, com o plano estabelecendo marcos ao longo do caminho que variam ligeiramente por setor.
O CEO do grupo de defesa ambiental Mighty Earth, Glenn Hurowitz, alertou que 2025 não é cedo o suficiente, pedindo que todo o desmatamento seja encerrado imediatamente.
“A insistência do programa de que empresas empreendam individualmente os melhores esforços para estabelecer datas de corte individuais para o desmatamento até 2025 significa que os tratores continuarão funcionando e a destruição continuará”, disse ele em comunicado.
A indústria tem um histórico irregular de cumprimento de compromissos anteriores de desmatamento.
Em 2010, centenas das maiores marcas de consumo do mundo, participantes do Consumer Goods Forum, se comprometeram a atingir o desmatamento “zero líquido” até 2020. Mas, à medida que o prazo se aproximava, a Cargill anunciou que a indústria de alimentos não cumpriria a meta.
O plano também pede que as empresas estabeleçam metas para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e comecem a divulgar suas emissões de mudanças no uso da terra em 2024.