A produtora Jessica Klauss vinha enfrentando problemas de mão de obra na propriedade leiteira que administra em Santa Izabel do Oeste, no Sudoeste do Paraná.
A falta de médicos veterinários para atendimento estava atrasando a recria das vacas e causando prejuízos financeiros. A produtora, então, decidiu se inscrever no curso de Inseminação Artificial do SENAR-PR.
“Foram várias situações que a gente marcava e não tinha veterinário para nos atender, ou ele atrasava. Com isso, o período adequado passava e a vaca não segurava a cria. Foi bem complicado”, comenta Jessica. “Como eu já tinha o material para inseminação, às vezes até arriscava para não perder o cio da vaca, mas era bem difícil sem a orientação de um profissional”, conta.
Após o curso, em outubro de 2022, a realidade da propriedade mudou. A produtora começou a colocar os conhecimentos em prática e, da quarta tentativa em diante, os resultados foram surpreendentes. Das 21 vacas inseminadas, 11 já tiveram a prenhez confirmada. “Entre essas vacas, algumas precisei fazer a inseminação mais de uma vez, mas a maioria consegui de primeira. A gente fica até emocionado, porque não pensei que num período tão curto iria dar tão certo”, afirma Jessica.
Na avaliação da produtora, a qualidade do curso do SENAR-PR e o acompanhamento do instrutor durante as aulas práticas foram fundamentais para esse sucesso. Além disso, Jessica participou de uma turma composta apenas por mulheres – uma ação em homenagem ao Outubro Rosa –, o que ela acredita também ter ajudado no aprendizado.
“A gente se sente mais à vontade para dialogar com outras mulheres, compartilhando experiências e tirando dúvidas. Fora que o curso é excelente, pois aprender a inseminar envolve técnicas, escolha do touro, vantagens e desvantagens, uma série de assuntos importantes para melhorar a genética do rebanho”, resume.
Uma das vantagens de fazer a inseminação do próprio rebanho, segundo a produtora, é que o animal já está acostumado com sua presença e seu cheiro, o que reduz o estresse e aumenta as chances de prenhez.
Essa é a segunda capacitação do SENAR-PR em bovinocultura de leite que Jessica participa. Antes, ela concluiu o curso de Manejo e Ordenha, pré-requisito para a capacitação envolvendo inseminação artificial. Para a produtora, que aprendeu a lida no dia a dia da propriedade, ter conhecimento técnico e especializado ajuda a melhorar a qualidade do rebanho.
A questão do manejo das bezerras foi muito importante. Eu já tive bastante perda, principalmente porque a gente fazia o desmame e a separação da forma errada. São detalhes que fazem a diferença”, pontua. “Cada novilha que nasce é uma conquista, então precisamos cuidar bem”, complementa.