Em fevereiro corrente, frango, boi e suíno vivos operaram em campos mistos. Até meados do mês o boi em pé vinha registrando alguma valorização. Mas isso cessou antes mesmo do Carnaval e, com a posterior interrupção dos embarques para a China, as cotações sofreram forte retração. Memo assim, tende a registrar pequeno ganho em relação ao mês anterior.
O suíno, por seu turno, atravessou o mês em relativa estabilidade. Mesmo assim, deve alcançar valor mais de 12% superior ao de janeiro passado quando, por sinal, retrocedeu a valores inferiores aos do trimestre outubro/dezembro de 2022.
Já o frango vivo permaneceu no mesmo mutismo de meses anteriores. Completa, neste final de mês, 7 exatas semanas de preço inalterado e que, em valores relativos, corresponde a uma retração de mais de meio por cento em relação à média de janeiro passado.
Porém, o panorama para o frango vivo fica ainda pior quando a base de comparação é fevereiro de 2022. Pois sua cotação permanece a mesma de um ano atrás, alheia à inflação acumulada no período. Mas, pelo menos sob esse aspecto, é um desempenho melhor que o do boi, cujo preço neste mês deve ficar mais de 15% aquém do registrado há um ano.
Nesse contexto, o único ganho anual é o do suíno, pois seu preço médio neste mês deve ser mais de dois terços superior ao de fevereiro do ano passado. Isso, no entanto, se esvai ao analisar-se o desempenho no bimestre. Pois o retrocesso em relação a janeiro-fevereiro de 2022 deve ficar próximo dos 20%.
O frango vivo, por sua vez, não chega a registrar melhor desempenho. Embora em índices inferiores aos do suíno, seus preços no bimestre ficam em torno de 7% abaixo dos alcançados um ano atrás. Assim, só o boi completa o primeiro bimestre de 2023, com alguma valorização (ao redor de 10%) em comparação aos dois meses iniciais de 2022.
Oportuno, sempre, avaliar esses preços em relação às duas principais matérias-primas do setor, milho e farelo de soja. E, comparativamente ao período pré-pandemia (1º bimestre de 2019 neste caso), o que se constata, por exemplo, o aumento registrado pelo farelo de soja (143,76%) correspondeu ao dobro daquele obtido pelo frango vivo (71,57%). Já a evolução de preços do milho é pelo menos 50% superior à da ave viva.