Afetadas pelo auto embargo declarado pelo Brasil após o caso da Doença de Newcastle no Rio Grande do Sul, as exportações de carne de frango sofreram forte recuo em agosto e afetaram as exportações de carnes do mês que, no total, recuaram pouco mais de 1% em relação ao mesmo mês de 2023. Isto, a despeito do incremento anual de 17,38% e 6,10% nas exportações das carnes bovina e suína, respectivamente.
Ficou claro, no entanto, que o mercado internacional tem alta dependência da carne de frango brasileira. Porque, com a menor oferta, o preço médio do produto valorizou-se mais de 10%, ultrapassando pela primeira vez em quase dois anos a marca dos US$2.000,00/tonelada. Por seu turno, a carne suína continuou em valorização (quase 3,5% a mais que um ano atrás), enquanto a bovina seguiu com preço negativo (valor 1,7% menor que o de agosto/23).
Apesar, no entanto, do preço ainda negativo, a carne bovina foi a que mais contribuiu para a receita cambial do mês: registrou aumento de 15,38% que, somado ao incremento de quase 10% na receita cambial da carne suína, neutralizou totalmente a queda de quase 2% na receita cambial da carne de frango.
No acumulado do ano, só a carne de frango permanece com embarques inferiores aos de um ano atrás. Mas, graças a aumentos próximos de 30% e de 5% das carnes bovina e suína, o total de carnes já embarcadas ficou quase 7% acima do registrado no mesmo período de 2023.
O que permanece inferior para as três carnes é o preço médio dos passados oito meses, desempenho que afeta a receita cambial total das carnes suína e de frango, ambas ainda apresentando decréscimo (de 1,98% e 7,29%, respectivamente). Como, porém, a receita cambial obtida pela carne bovina aumentou mais de 20%, o resultado final abrangendo as três carnes é um aumento de 5,13% em relação aos oito primeiros meses do ano passado.