Ainda que, pelos padrões oficiais, as exportações do início de março tenham ficado restritas a apenas três dias devido ao Carnaval, os números ontem (10) divulgados pela SECEX sugerem que elas não se resumiram aos chamados “dias úteis”. Possivelmente, também carregam resíduos não computados de fevereiro passado, pois alcançaram valores surpreendentemente inéditos na história das exportações brasileiras de carnes.
Considerada a média diária embarcada, o mais fraco resultado recaiu sobre a carne de frango. Mesmo assim, o volume registrado aumentou quase 125%, índice que, na carne suína, subiu para 136%, alcançando quase 145% na carne bovina. Como resultado, as exportações da semana inicial do mês representaram mais de um terço do total registrado em março de 2024 para cada uma das três carnes.
Os preços registrados também seguiram em evolução. Mas com resultados bem mais modestos. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o preço da carne de frango aumentou 2,63%; o da bovina, 7,66% e o da suína, 11,61%.
O corolário, obviamente, foi um incremento de receita em índices bem superiores aos referentes ao volume. Dessa forma, pela média diária, a receita cambial da carne de frango registrou aumento de, aproximadamente, 130%, ficando 30 pontos percentuais aquém do incremento de receita obtido pelas carnes bovina e suína, ambas com um aumento anual de receita que superou os 160%.
Naturalmente, esses índices irão sofrer diluição com o avançar do mês. E, no total mensal, retrocedem ainda mais em comparação à média diária, visto que março corrente tem um dia útil a menos que março de 2024. Junto com novembro de 2024 (também com 19 dias úteis) é o mês mais curto do ano em termos de dias úteis.