O período seco entre as lactações é uma fase essencial para o próximo ciclo produtivo da vaca leiteira. Durante este período ocorre a recuperação e renovação dos tecidos mamários e secretores de leite, além de ter um importante papel na eliminação dos casos de mastite subclínica do rebanho. É neste período que o desenvolvimento fetal é máximo, a vaca se prepara para o momento do parto e para o início de um novo período de lactação.
A secagem da vaca deve acontecer entre 60 e 45 dias antes da data prevista de parição. Os métodos clássicos, como a secagem abrupta e a secagem gradual, promovem estresse, desconforto e potencializam uma menor eficiência no sistema imunológico, além de poder aumentar a CCS dos animais, o que pode impactar também o crescimento dos bezerros no útero.
“Garantir o conforto e o bem-estar das vacas durante o período de secagem é um dos grandes desafios do produtor rural, principalmente nos rebanhos com animais de alta produção. Tanto o processo de secagem abrupta quanto a secagem gradual interferem no bem-estar das vacas, além de facilitar a ocorrência de mastites , capaz de persistir durante toda a lactação seguinte e trazer importantes prejuízos para o produtor”, alerta Marcos Malacco, médico-veterinário gerente de serviços veterinários para bovinos da Ceva Saúde Animal.
Atualmente o produtor de leite tem uma ferramenta para auxiliar durante este processo, um facilitador de secagem. A estratégia, conhecida como “Secagem Inteligente”, que basicamente proporciona ao animal condições favoráveis para que ele possa expressar seu maior potencial genético, otimizando a lactação atual, como menor estresse, menos manejo, menor risco de novas infecções e aumentando a produção de leite na próxima lactação. A medida promove a redução da produção leiteira sem precisar restringir a alimentação da vaca ou as ordenhas, fatores que contribuem para aumentar o CSS do animal e o nível de estresse devido a mudança de lote e/ou dieta , sendo considerada uma estratégia amiga do bem-estar animal.
“A Cabergolina atua na inibição da secreção de prolactina, que é o hormônio responsável por estimular a produção leiteira. Desta forma, a produção diminui de maneira progressiva, sem elevar a pressão intramamária reduzindo sobremaneira o vazamento de leite, evitando a abertura dos tetos e a entrada de bactérias ou outros agentes no úbere. Outro fator que favorece o animal é que este processo de secagem inteligente aumenta a produção da lactoferrina, uma substância que contribui para a redução os níveis de ferro na glândula mamária e, consequentemente, a multiplicação bacteriana. ”, Malacco explica.
Outra vantagem da secagem inteligente é que as vacas podem ter a lactação estendida, sem interferir na saúde e bem-estar dela ou do bezerro. A aplicação da Cabergolina no momento da última ordenha do período de lactação, e o imediato encaminhamento do animal para o rebanho seco para local adequado, longe dos estímulos de ordenha, atuam prontamente na redução da produção leiteira.
A secagem inteligente é, sem dúvidas, o futuro da cadeia de produção leiteira nacional, com benefícios em larga escala para os produtores, focado na qualidade e otimização do manejo e, principalmente, em bem-estar e saúde animal.