Preços menores no primeiro semestre; recuperação no segundo semestre. É assim que, tradicionalmente, têm se comportado os preços do boi, suíno e frango no decorrer do ano. Um ciclo anteriormente reconhecido como de safra e entressafra da carne (gráfico A).
Mas em 2024 esse ciclo vem sendo desenhado de forma diferente (gráfico B), pois registra forte valorização do suíno, relativa estabilidade do frango e fortíssima desvalorização do boi.
Pela curva sazonal, o suíno iria completar os oito primeiros meses do ano com um valor médio cerca de 1,6% superior à média do ano anterior. Mas alcançou no período valor médio 4,5% superior, com picos de aumento de 14% e 25% nos meses de julho e agosto.
O frango foi quem esteve mais próximo da curva sazonal. Porém, também apresentou ganho significativo. Pela curva sazonal completaria dois terços do ano com um preço médio 2,8% superior. Mas foi negociado em média, por valor 7,7% superior. No entanto, fechou agosto valendo ligeiramente menos que o apontado na curva sazonal.
O pior desempenho ficou reservado para o boi que, sazonalmente, alcançaria valor médio cerca de 7% superior à média do ano anterior. Mas como, em momento algum de 2024, alcançou valor igual ou superior à média de 2023, acabou completando os oito primeiros meses do ano valendo perto de 9% menos que na média dos 12 meses do ano passado.
Na marcha atual, apenas o suíno deve completar o corrente exercício com ganho em relação à curva sazonal – mesmo que, doravante, não experimente novas valorizações e seus preços permaneçam no mesmo nível alcançado em agosto passado.
O frango, à primeira vista, tem chances de manter a performance atual e encerrar o exercício com ganho em relação à curva sazonal. Mas, normalmente, os ganhos mais substanciais do setor tem ocorrido no segundo semestre e, pelo menos até aqui, o caminhar do frango vem sendo marcado por excepcional estabilidade. Ou seja: ainda pode perder o que ganhou no primeiro semestre do ano.
Já para o boi em pé são mínimas as probabilidades de, até, alcançar em 2024 o mesmo preço médio de 2023 – ainda que continue obtendo, doravante, a mesma valorização média registrada no bimestre julho/agosto de, aproximadamente, 3,5% ao mês. Neste caso, alcançará neste ano valor médio cerca de 5% inferior ao do ano passado.