Os preços da arroba bovina registram desvalorização no estado de São Paulo em função do alongamento das escalas de abate na maioria dos frigoríficos. De acordo com o sócio da Radar Investimentos, Douglas Coelho, as programações estão nos maiores patamares dos últimos doze meses.
“As escalas de abate sempre apresentavam uma média bem comportada ao redor de 4 a 5 dias úteis desde 2020. No início de julho, nós começamos a observar um movimento de alongamento das escalas de abate e as indústrias estão com programações completas até meados de agosto”, informou.
As condições climáticas influenciaram nas negociações do mercado do boi gordo, já que muitos pecuaristas aproveitaram para terminar os animais com as geadas. “Nós tivemos queda de temperaturas desde julho e isso passa uma régua nos pastos em um momento que o custo para manter esse animal no confinamento está elevado”, comentou.
Do lado do consumo, o consultor aponta que a virada do mês deve dar fôlego para o escoamento da carne no atacado e varejo. “Isso deve ajudar na sustentação dos preços da carne já que devemos ter o dia dos pais que ajuda no escoamento e também o avanço da vacinação da população mais jovem”, destacou.
A expectativa da consultoria é que os volumes embarcados de carne bovina devem ficar próximos de 169 mil toneladas até o final de julho, porém o mercado segue atento ao câmbio. “A queda do dólar tira um pouco da agressividade das indústrias exportadoras por matéria prima. Além disso, alguns fatores podem influenciar o dólar e tirar a competitividade da carne brasileira no mercado interno”, ressaltou.