A partir de segunda-feira, 29 de abril, o governo dos Estados Unidos exigirá que o gado leiteiro que se desloca entre estados seja testado para gripe aviária, enquanto as autoridades federais intensificam a busca de resposta a um surto que se espalhou para o fornecimento de leite dos EUA.
O secretário da Agricultura, Tom Vilsack, disse na quarta-feira (24) que todos os laboratórios e veterinários estaduais do país devem relatar testes positivos. E acrescentou que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) vai assumir o custo pelo aumento dos testes.
As medidas visam conter a propagação da gripe aviária já relatada em oito estados e em 33 rebanhos leiteiros desde que foi detectada pela primeira vez no final de março no Texas. Uma pessoa exposta ao gado testou positivo para a doença e sofreu conjuntivite.
Michael Worobey, biólogo evolucionista da Universidade do Arizona, disse que – com base em novas informações – parece que as infecções pelo vírus H5N1 em gado leiteiro ocorreram através de um único evento de transmissão de uma ave para uma vaca em algum momento no final de 2023, provavelmente em dezembro. Worobey e colegas analisaram sequências genéticas do vírus divulgadas pelo USDA no fim de semana.
A Food and Drug Administration dos EUA informou na terça-feira que encontrou partículas do vírus da gripe aviária em algumas amostras de leite pasteurizado, mas disse que o consumo continua seguro para humanos, uma vez que esse leite seja aquecido a alta temperatura para matar bactérias e vírus nocivos.
Vilsack disse que o fornecimento de leite nos EUA é seguro “com base nas informações que temos atualmente disponíveis”, acrescentando que nenhum vírus vivo foi encontrado. O leite contendo partículas de gripe aviária entrou no fornecimento comercial de vacas assintomáticas que foram infectadas através de testes, disse ele. O USDA realizou mais de 2.000 testes em amostras de gado nas últimas semanas, disse Vilsack.
As vacas leiteiras devem testar negativo para o vírus influenza A, que inclui a gripe aviária, em um laboratório aprovado antes de serem transportadas através das fronteiras estaduais, determinou o USDA. Os proprietários de vacas com resultados positivos serão obrigados a fornecer informações epidemiológicas, incluindo rastreamento de movimentos de animais, explicou o departamento.