A exportação de carne bovina do Brasil teve uma recuperação em junho, mas fechou o semestre com queda de 3,8%, para 1,02 milhão de toneladas, com o setor lidando com um embargo da China (já suspenso), apontaram dados da Abiec, associação que reúne os principais exportadores do país.
Em junho, os embarques dos principais cortes in natura do país, que é o maior exportador global de carne bovina, aumentaram 26% em relação ao mesmo período do ano passado, para aproximadamente 192 mil toneladas, conforme dados do governo brasileiro.
Ao todo, no primeiro semestre de 2023, o Brasil faturou 4,8 bilhões de dólares com exportação de carne bovina no primeiro semestre, queda de 21,4%, acrescentou a Abiec.
A associação lembrou que um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) em fevereiro — que resultou no fechamento do mercado da China, retomado um mês depois — impactou os negócios no primeiro semestre.
Ainda assim, o principal importador da carne bovina brasileira nos primeiros seis meses foi a China, com compras de 512.306 toneladas, gerando receitas de 2,6 bilhões de dólares, segundo a Abiec, que tem entre seus associados os principais produtores e exportadores, como JBS, Marfrig e Minerva.
Os embarques para a China recuaram 5% em volume e 29% em receitas.
O segundo maior mercado do Brasil no primeiro semestre foi os Estados Unidos, com volume total de 71.398 toneladas (-8,4%) e faturamento de 428,6 milhões de dólares (-18,9%), considerando carne in natura e industrializada.
“Somente para carne bovina in natura, os volumes (para os EUA) somam 49.545 toneladas com faturamento… Hoje o Brasil é o terceiro maior fornecedor de carne bovina in natura para o mercado norte-americano, consolidando a proteína brasileira como grande parceira na indústria processadora de carnes do país”, disse a associação.
As exportações para União Europeia, que adquire cortes com alto valor agregado, aumentaram 7,7% no primeiro semestre, para 39.330 toneladas, totalizando 287,2 milhões de dólares (+2,1%) no primeiro semestre, disse a Abiec.
“Foi o maior volume exportado para o Bloco Europeu desde 2008, quando foi instituída a obrigatoriedade das Fazendas Traces, o que reduziu as propriedades habilitadas e diminuiu para menos da metade o total exportado de carne bovina in natura do Brasil para UE”, disse.
Os embarques para o Chile cresceram 25,1%, para 44,5 mil toneladas, gerando um faturamento de 217,7 milhões de dólares (+18.8%).
A Abiec destacou também o crescimento das exportações para a Rússia, que aumentaram 44,7% no primeiro semestre, para 23.556 toneladas.
A associação também citou boas perspectivas com recentes aberturas para a carne in natura para o México e Canadá.