Evento, realizado em parceria com o Safras & Mercados, teve mais de 100 participantes.
O Brasil se consolida como a melhor alternativa global para fornecer carnes ao redor do mundo. Essas e outras informações foram expostas no primeiro webinar da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), realizado em parceria com a Safras & Mercados na noite da última segunda-feira (24). O evento, que já ocorre há três anos e contará com edições bimestrais em 2025, teve mais de 100 participantes e foi conduzido pelo especialista Fernando Henrique Iglesias, que abordou o mercado de carnes nos temas de exportação, diversificação e cenário mundial.
O presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, realizou a abertura do seminário e pontuou o fortalecimento da parceria com Safras & Mercados, essencial para atualizar lideranças sindicais, produtores rurais e mercados agrícolas acerca das mudanças no cenário macroeconômico e as perspectivas para o mercado nos principais segmentos do agro. “Já é uma tradição contar com as informações relevantes e a expertise que o especialista Fernando apresenta no setor de carnes. O momento ainda está conturbado e é muito importante para todos nós, principalmente para os pecuaristas, que estão às vésperas de começar a vender, levar em consideração o valor da carne”, salientou.
Pedrozo complementou que o mercado de carnes é impactado por flutuações cambiais, problemas sanitários e pela volatilidade do preço médio das proteínas de origem animal no mercado internacional. “Ainda assim, projetamos 2025 como promissor para o setor”, apontou o presidente.
CENÁRIO MUNDIAL
O especialista Fernando Iglesias explanou que o cenário mundial impacta o Brasil e apresenta o real desvalorizado em meio ao contexto geopolítico tumultuado, com início do Governo Trump, desvalorização monetária e aversão ao risco. Fernando destacou que este é um momento com demanda retraída, no qual a população procura alimentos mais acessíveis. O especialista também chamou atenção sobre questões sanitárias que afetam os países.
O ano começou com Influenza Aviária, que dizimou matrizes poedeiras nos Estados Unidos e impactou na crise do ovo. Também ocorreu Febre Aftosa na Alemanha e foco de Influenza Aviária em alguns locais da Argentina. “Apesar do cenário retraído, os cortes da carne suína subiram na temporada, resultado de uma exportação muito agressiva. O primeiro bimestre é tipicamente um período fraco de consumo de proteína animal. Por conta dessa exportação, os preços começaram a subir, e a mesma situação ocorreu na Avicultura. Isso representa um desempenho muito favorável”, explicou.
TENDÊNCIAS
Fernando enfatizou as tendências de produção para o mercado de carnes, as quais apontam o Brasil com potencial para produzir volume recorde de carne de frango e suína em 2025, com esses segmentos apostando no mercado externo. “O país seguirá como melhor alternativa de fornecimento global de aves e bovinos, com excelente potencial de crescimento de volume embarcado para a carne suína”.
Fernando pontuou, ainda, que situações dos concorrentes brasileiros colocam o Brasil em evidência nos embarques de carne bovina e de frango. Problemas sanitários, em especial, Influenza Aviária, são fatores de risco que precisam ser mencionados. Ainda, aconselhou que o setor de proteína animal deve priorizar as exportações.
EXPORTAÇÃO
O especialista mencionou que 2024 foi marcado pela exportação de carnes com potencial para estabelecer novo recorde neste ano. Segundo Fernando, o Brasil deve diversificar seus mercados e depender cada vez menos da China e priorizar as exportações diversificadas. Ainda, ressaltou que as exportações de carne suína começaram o ano muito bem. “Também celebramos o melhor janeiro da história na venda de carne de frango com 430 mil toneladas e na venda de carne bovina também”, apontou.
DIVERSIFICAÇÃO
Outro conselho do especialista foi a necessidade de o Brasil pulverizar as vendas. Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e China mantém os percentuais de compra, no entanto, é preciso diversificar os destinos, especialmente na carne bovina. Na carne suína, em janeiro, o Brasil conseguiu atingir essa diversificação nas vendas e contemplou países como China, Filipinas, Chile, Singapura, Japão e Argentina.
“O Brasil é referência global nas exportações de carne de frango há muito tempo. Então, não se espantem se até o final desta década, o Brasil também for líder de exportação de carne suína. Estamos crescendo muito, e onde o produto brasileiro chega, ele não sai mais”, avaliou Fernando.